Enviada em: 29/10/2018

De acordo com o educador e filósofo brasileiro - Paulo Freire - alfabetizar não significa ensinar a um indivíduo decifrar códigos, mas estimulá-lo a relacionar as palavras com as possibilidades do mundo que o cerca. Contudo, o sistema brasileiro de ensino não está acordado com a referida premissa Freiriana. Além do mais, não há um projeto eficaz de incentivo à leitura no país. Como consequência disso, quase metade dos brasileiros são analfabetos.    Em primeira análise, cabe salientar que o programa alfabetizador atual é ineficiente e não cumpre seu papel social. Isso se estabelece como verdade ao se analisar os resultados da última Provinha Brasil - a avaliação que verifica a qualidade da alfabetização dos estudantes - os quais mostraram baixo índice de acertos nas questões de interpretação de texto. Tal cenário é consequência do prezar pelo significado das palavras nas salas de aulas brasileiras, provocando assim, o desuso do exercício da análise do contexto dos textos.    Em segunda análise, a ausência do hábito da leitura na sociedade brasileira agrava ainda mais a problemática. A população do Brasil, por exemplo, lê em média quatro livros por ano , conforme o levantamento feito pelo instituto Pró-Livro. Já os franceses leem por volta de vinte livros em 365 dias, além de representarem pouco mais de 98% da população que é alfabetizada. Nessa comparação é notório o papel da prática da leitura no combate ao analfabetismo.     Portanto, urge ao Estado priorizar os investimentos à Educação básica, de maneira a oferecer cursos gratuitos e obrigatórios aos professores,  com o intuito de instruí-los a aplicar nas escolas um método padronizado de alfabetização, baseado naquilo que foi preconizado por Paulo Freire. Ademais, O Ministério da Educação deve estimular a leitura desde as séries iniciais por meio de atividade lúdicas em todos os colégios da Federação. Dessa forma, o analfabetismo funcional será gradualmente erradicado do Brasil.