Enviada em: 24/03/2019

Durante muito tempo, a educação no Brasil foi um direito reservado somente as altas classes da sociedade. Com o advento da Constituição Cidadã, em 1988, o acesso a esse recurso foi ampliado. Todavia, mesmo que o número de pessoas em escolas e universidades tenha aumentado consideravelmente, os índices de analfabetismo no país continuam altos, especialmente no que tange ao analfabetismo funcional. Sendo assim, para que seja possível resolver o impasse é necessário compreender suas causas e efeitos no meio social.     Em primeira análise, é fundamental destacar que o sistema educacional falho contribui para o revés. Conforme dados do Instituo Pró-Livro, o cidadão brasileiro lê cerca de quatro livros por ano, um dado alarmante que está intrinsecamente ligado ao analfabetismo funcional. Indubitavelmente, o hábito de leitura é uma ferramenta essencial para a alfabetização plena, logo, quando crianças e adolescentes não são estimulados a isso no âmbito escolar e tampouco na esfera familiar, o infortúnio em questão é agravado. Nesse contexto, fica nítido que um dos antecedentes da adversidade é constituído pela escassez de leitura.     Outrossim, os reflexos da situação supracitada prejudicam seriamente o convívio social dos afetados. Além da dificuldade e baixa remuneração no âmbito laboral, os analfabetos funcionais também se tornam vulneráveis a manipulações e, por conseguinte, encontram desafios em atividades simples do dia a dia, tal como pagar as compras em um supermercado. Dessa maneira, a ausência de uma alfabetização plena mostra-se como um imbróglio determinante na vida dos indivíduos e, em um segundo momento, no desenvolvimento do país.     Destarte, cabe ao Ministério da Educação aumentar os investimentos na educação básica, proporcionando a criação de mais bibliotecas e alterando a grade curricular vigente, a qual se deve acrescentar conteúdos que desenvolvam a interpretação de texto, a fim de alcançar a alfabetização plena dos alunos ainda na infância.