Enviada em: 24/03/2019

Analfabeto funcional é todo indivíduo que é incapaz de compreender, de forma plena, uma variedade de textos, além de ter um conhecimento matemático reduzido. Dessa maneira, essa realidade, a qual aflige o Brasil, agrupa: cidadãos sem escolaridade, bem como indivíduos que possuem um diploma. Sob esse viés, pode-se afirmar que essa conjuntura relaciona-se não só com uma educação nacional deficitária, mas também a vários problemas vivenciados no desenvolvimento individual e social.       Durante os períodos colonial e imperial do Brasil, a massa popular sempre teve uma oportunidade muito restrita com relação ao ensino, haja vista que a educação exigia uma quantia que a classe pobre não podia custear. Dessarte, a história brasileira mostra que a educação consistia muito mais em um privilégio do que um direito inerente a todos, como resguarda a Constituição cidadã. Assim, embora o sistema educacional brasileiro seja, no século XXI, consideravelmente democratizado, esse fato não garante uma qualidade homogênea para toda a população. Nesse contexto, fatores como: ensino nacional totalmente incompatível com o contemporâneo mundo globalizado, o qual exige cada vez mais criatividade por parte do indivíduo, além de pais que já não se atêm ao aprendizado de seus filhos e um Estado que não investe satisfatoriamente no ensino básico, permitem a perpetuação do elevado índice de analfabetismo funcional no Brasil, segundo o Inaf.       Outrossim, o Ministério da Cultura destaca a atual situação do analfabetismo funcional no Brasil ao expor um dado alarmante, o qual indica que o índice de leitura brasileiro é menor do que o de países vizinhos mais pobres. Como resultado, há, no território nacional, alunos com um baixo nível de leitura sendo formados, por exemplo, para serem docentes. Além do mais, essa problemática limita a autonomia individual em busca de informações, dificulta o desenvolvimento de um pensamento crítico e amplia os casos de manipulação.       Portanto, torna-se imprescindível frisar que a educação não deve ser pensada como uma despesa e, sim, como um investimento com retorno garantido, como constata o economista Arthur Lewis. Assim sendo, é de suma importância que o Ministério da Educação, em conjunto com os familiares dos discentes brasileiros, promova políticas públicas de desenvolvimento do ensino básico no país, por meio de campanhas de leitura, educação interdisciplinar, além de um ensino matemático mais acessível e compreensível. Ademais, essas ações devem ser estendidas no âmbito familiar, a fim de reverter a atual situação do Brasil com relação à problemática do analfabetismo funcional. Logo, espera-se, em um momento futuro, uma educação que atenda não só às exigências do meio social, mas que também proporcione o desenvolvimento de um ser humano crítico e autônomo.