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Enviada em: 17/03/2019

Muito se discute, hodiernamente, acerca do quadro lamentável de analfabetismo funcional no Brasil, em que pessoas apesar de saberem ler e escrever  têm certas  limitações por não conseguirem interpretar corretamente aquilo que leem,  tornando-se vítimas de golpes e "fake news". O abandono escolar precoce e a falta de estrutura de muitas escolas do ensino público prejudicam ainda mais  esse cenário. Isso mostra que o conhecimento apenas superficial da língua é um desafio  a ser enfrentado.    É impressionante observar como o simples fato de não conseguir interpretar de forma correta o que se lê, pode causar prejuízos de ordem social, financeira ou psicológica. Segundo o Inaf, indicador de analfabetismo funcional, 3 em cada 10 brasileiros, apesar de saberem ler não têm capacidade de interpretação evoluída. Além disso, com a popularização das redes sociais, o número de golpes sofridos por essas pessoas só aumenta, pois muitas vezes não conseguem discernir criticamente textos e imagens a que têm acesso pelas redes sociais, tendo também dificuldade em averiguar  a veracidade de notícias antes de compartilha-las, divulgando, muitas vezes sem conhecimento, uma falsa notícia. Dessa forma, combater essa problemática é algo de suma importância.     Essa situação se deve, principalmente, a um quadro de abandono escolar precoce, em que muitas crianças e adolescentes deixam o estudo de lado para trabalhar. Com isso, o índice de analfabetismo cresce exponencialmente, formando adultos sem uma consciência crítica e desqualificados para o mercado de trabalho, créditos a Kant: "O homem não é nada além do que a educação faz dele". Ademais, a falta de estrutura em várias escolas do setor público é notória quando comparada ao setor privado, em que alunos têm acesso à tecnologia de ponta e professores mais qualificados.  Mostra-se, assim, que esse é um problema social digno de atenção para um país em desenvolvimento.    À vista disso, portanto, é necessária uma intervenção do MEC, no sentido de fornecer a infraestrutura necessária ao ensino público, como tecnologia de ponta para as escolas (sites, jogos educacionais para computador), fomentando no aluno a vontade de aprender  e reduzindo o abandono escolar precoce. Somado a isso,  oferecer cursos de especialização gratuitos aos professores para melhor qualifica-los na arte de ensinar. À mídia cabe informar através de propagandas televisivas, em horários de grande audiência, sobre a importância do não compartilhamento de notícias falsas nas redes sociais, alertando sobre o perigo das "fake news". Restando, ainda, ao cidadão a obrigação de incentivar seus filhos a não abandonarem os estudos. Desse modo, os índices de analfabetismo funcional no Brasil tendem a diminuir e a qualidade de vida dos cidadãos a aumentar, chegando a realidade descrita por Platão, que afirmava que "O importante não é viver, mas viver bem".