Enviada em: 23/10/2017

Analfabetismo funcional é a inabilidade de interpretar corretamente textos simples, ainda que o indivíduo saiba ler e escrever. No Brasil, cerca de 68 % da população é vítima desse infortúnio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Isso porque, na educação brasileira, os estudantes são pouco estimulados a desenvolverem habilidades e competências de leitura. Ademais, a gramática normativa ainda é mais valorizada, em detrimento da interpretação e da compreensão textual.      Primeiramente, vale ressaltar que aprender as normas de escrita é sim, de suma importância para escrever bem, porém, insuficiente para alcançar a proficiência da língua. Acontece que, como a ênfase dentro das salas de aula é maior na gramática, muitos estudantes têm defasagem para compreender a funcionalidade dos textos encontrados no dia a dia, como interpretar, corretamente, uma crônica numa revista, por exemplo. Com efeito, a vida acadêmica e, posteriormente, a profissional desses alunos poderá ser prejudicada, uma vez que esses estilos de vida exigem maior domínio da interpretação de textos.      Outro ponto a ser lembrado é: as principais ações capazes de desenvolver as habilidades e competências textuais são o hábito da leitura e da escrita. Da leitura, porque o indivíduo pode ampliar seu conhecimento de mundo. Da escrita, pois a prática possibilita a reprodução do que se aprendeu e a construção de novas ideias. No entanto, muitas escolas públicas brasileiras são mal estruturadas e carecem de bibliotecas ou de salas de estudo, tanto que desestimulam os estudantes a adotarem esses hábitos. Dessa maneira, elas não têm contribuido para diminuir a taxa de analfabetos funcionais.      Portanto, alternativas para reduzir esse problema  são necessárias. Uma dessas, cabe ao Ministério da Educação e Cultura, que deve desenvolver uma proposta para inserir a redação e a interpretação textual como disciplinas obrigatórias, a fim de que essas matérias sejam exploradas tal como a gramática normativa. Outra medida, convém à Secretaria de Educação de cada município, a qual deve investir na construção de bibliotecas dentro e fora das escolas. Desse modo, os jovens estudantes terão, respectivamente a cada alternativa, tempo e espaço para se dedicarem mais à leitura e a escrita funcionais.