Enviada em: 03/05/2019

Habitando as periferias sociais, minorias são submetidas a uma exclusão cultural e econômica, gerando por consequência redes paralelas -e ilegais- que competem com grandes empresas afim de facilitar o acesso aos produtos digeridos pelos mais privilegiados.     Em um país capitalista que classifica as pessoas de acordo com o status econômico, aquilo que é consumido culturalmente também te define. Restringindo certas vestimentas, conteúdos audiovisuais e artísticos em geral a uma determinada classe social, a pirataria surge como uma espécie de Robin Hood, possibilitando à camada mais pobre o acesso àquilo que lhes é socialmente negado e, assim, que se coloquem no mundo diferente do que a classe dominante espera, se assemelhando a eles.   Ademais, conteúdos que promovem uma reflexão social e filosófica, explorando um campo mais complexo e de caráter questionador são omitidos da camada mais pobre, não os possibilitando acesso a indagações que poderiam levar a uma transcendência, possibilitando novas visões e ideias transformadoras. Assim, a pirataria também traz novas inspirações a um publico que, muitas das vezes, já está saturado dos discursos normativos e clichês dos filmes que passam nos cinemas mais pobres.    Para além de questões sociais, a economia também é uma pauta a se discutir nesse tema. O mercado consumidor sem a pirataria seria ainda restrito visto que, com ela, há a criação de novos empregos informais e potencialização de outros que já estavam em vigor, além de aumentar a circulação de dinheiro devido a um publico maior a ser atingido, contribuindo na economia.    Sendo assim, dado por tais razões, é conclusivo que a pirataria -por mais que ilegal- se faz necessária ao poder integrar socialmente camadas mais pobres e ao participar economicamente e, em suma maioria, contribuindo a ela.