Enviada em: 26/05/2019

O Cubismo, Vanguarda Europeia decisiva na literatura brasileira, tinha como uma de suas prioridades a observação da realidade sob diversos ângulos, e isso parece ser um dos grandes paradoxos da contemporaneidade. Assim, partindo desse pressuposto, no que diz respeito a comercialização de produtos falsificados, faz-se necessário uma análise profunda de mais de uma ótica. A pirataria tornou-se uma normalidade social devido a sua permeabilidade no dia a dia. É um fenômeno global com características locais que acabam potencializando muitos impactos na sociedade. Destarte, alguns fatores contribuem para atenuação desse problema no cenário brasileiro, tal como a ineficiência de órgãos públicos na fiscalização, como também o desejo que uma boa parte possui de aparentar o status do ter .   Primeiramente é importante analisar como a pirataria acaba sendo mascarada na sociedade, a qual muitos produtos soam como inofensivos, dispensando assim uma preocupação acerca da procedência da mercadoria. Há profusos objetos contrabandeados, como sapatos, mídias físicas, roupas. No caso do calçado infantil, por exemplo, esse produto por não ser aferido e não possuir mecanismos de verificação da sua pertinência, poderá comprometer o desenvolvimento de uma determinada criança por conta da sua má pisada. Em consonância a isso, o poeta chileno Palbo Neruda afirma "Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências". Com isso, torna-se necessário uma fiscalização assídua por parte dos agentes do Estado para alteração desse quadro.   Outro fator preponderante, a lógica que em grande parte é cultural também, como a questão do pagar mais barato, do possuir um acesso imediato, atrelado ao status do ter para assim se inserir socialmente. Isso é consequência de uma formação social e moral deturpada, a qual não tem como base princípios como o respeito as adversidades existentes. Sendo assim, torna-se uma alternativa para aqueles que não possui renda, não tem acesso a credito, vinculado ao alto preço do produto, almejam usufruir para melhor ser aceito e se encaixar no padrão.   Fica evidente portanto, a mudança  para diminuir esse cenário alastrante. Diante disso, o Estado brasileiro, por intermédio de políticas públicas analisadas com prioridade, deve adotar leis mais restritas, melhorando assim a articulação entre guardas municipais, policiais militares, civis, a fim de minimizar a circulação de tais produtos. Outrossim, o poder Executivo Federal deverá promover campanhas de esclarecimento a respeito desse comércio, mediante a veiculação de campanhas publicitarias nas mídias sociais, alertando sobre os riscos a saúde da utilização de produtos falsificados, com vistas a reverter tal situação.