Enviada em: 21/05/2019

A partir do século XX, observa-se que a arte alcança um novo objetivo na sociedade. Com os avanços dos meios de comunicação, as criações artísticas passam a ter o objetivo mais de entretenimento e lucro, diferente do caráter crítico até então produzido. Dessa forma, foi desenvolvido o termo Indústria Cultural, no qual foi o objeto de estudo dos sociólogos Adorno e Horkheimer, visto as próximas tendências da arte estar vinculada ao capitalismo e ao financeiro. Nesse sentido, a pirataria já era um fenômeno previsto pelos estudiosos, no entanto, as consequências de sua existência ainda não eram dimensionadas.       Em primeiro lugar, pode-se perceber que mesmo que a prática seja criminalizada, o número de ações piratas não se reduz. Tal realidade pode ser explicada pela expressão “jeitinho brasileiro”, desenvolvida pelo filosofo Sergio Buarque de Holanda. A pirataria seria uma forma de ganhar vantagens sobre um determinado produto, que diante dos impostos e direitos autorais, teriam tributo mais elevado. Dessa forma, o homem cordial não considera a ação como um problema, no entanto, não pode compreender a dimensão alcançada pelos seus atos.       A reprodutibilidade ilegal pode alcançar setores da sociedade de formas distintas, mas na maioria das vezes, prejudiciais. Apesar de poder considerar como uma forma de democratização do acesso à arte, sendo uma forma positiva, os pontos negativos se sobressaem na equação, ganhando destaque. Diversas pesquisas demonstram que a prática prejudica a economia, por destruir negócios, e consequentemente reduz lucros dos autores e aumentam o desemprego. No entanto, existe uma consequência que atinge a população de forma mais completa, pois a pirataria negocia e incentiva o crime, visto que os lucros podem ser destinados à compra de drogas e armas. Dessa forma, o assunto se torna questão de utilidade publica.       Torna-se evidente, portanto, que a pirataria, apesar de ser um fenômeno já previsto, gera consequências mais abrangentes que imagináveis. Como forma de melhoria, é preciso modificar essa cultura na sociedade. Para isso, o Ministério da Educação pode adicionar como anexo no currículo escolar e universitário, condutas éticas, sendo incluído o tema pirataria. Assim, serão graduados profissionais detentores do conhecimento do problema, capazes de educar em salas de aula estudantes e propagar os ensinamentos em seus grupos familiares e de amigos, atingindo diversas faixas etárias. Tal ação contribuiria para a redução do jeitinho brasileiro em médio prazo.