Enviada em: 05/08/2018

Machado de Assis em sua obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas" expõe, por meio da aversão do autor-defunto em relação à deficiência, pela expressão "por que bela se coxa", a maneira como a sociedade vigente lida com os deficientes. Apesar das conquistas desse grupo em relação aos seus direitos constitucionais, a inclusão de crianças com distúrbio de aprendizagem, ainda é um desafio o qual ocorre, não só devido à negligência governamental, como também, pelo preconceito por parte da sociedade.   Mormente, é preciso relatar que a Carta Magna promulgada em 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes mentais, todavia o Poder executivo não efetiva esse direito. Consoante Thomas Hobbes, é imprescindível que o Estado, instância reguladora e superior a todos, seja provedor de subsistência digna para os seus cidadãos, logo, verifica-se que esse conceito encontra-se corrompido no Brasil, à medida que, a autoridade administrativa não oferta profissionais especializados no cuidado com pessoas de transtornos mentais, sobretudo, nos setores escolares, fazendo os seus direitos permanecerem apenas no papel. Por consequência, crianças que possuem síndromes comportamentais ou psicológicas ( cerca de 70% da população), encontram inúmeros empecilhos em variados âmbitos de sua vida, expondo a eles, uma maior condição de desrespeito e exclusão.   Convém mencionar que, a discriminação enraizada por parte da sociedade, incluindo os membros da entidade familiar dessas pessoas, é um forte atravanco na implementação desse direito. Cônsono o sociólogo Émile Durkheim, a família é uma instituição fulcral e uma base para formação da estrutura social, o que reforça a ideia de que o prejulgamento de muitas famílias, uma vez que, atribuem os distúrbios de aprendizagem como falta de interesse, totalizam em 33% das dificuldades de alfabetização, inibindo vigorosamente a inserção educacional. Tal estereótipo está arraigado, desde a Idade Média, na qual pessoas com distúrbios era consideradas desprovidas da razão e tratadas como insignificantes, advindo da falta de formação psiquiátrica, o que entrava hoje, sua integração grupal.  Diante dos fatos supracitados, é impreterível que a Escola promova a formação de cidadãos que respeitem às diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de palestras elucidativas com a presença dos pais, visando ampliar a cognição acerca dos distúrbios mentais. Ademais, o Estado deve destinar mor investimentos à capacitação de profissionais no ensino inclusivo, tal como, criação de mecanismos para a implantação de políticas públicas eficientes, garantindo os direitos desses cidadãos. Somando-se a isso, é preciso de ações midiáticas com o fito de ampliar o conhecimento sobre os transtornos e o respeito a eles, revertendo um passado excludente narrado por Brás Cubas.