Enviada em: 16/06/2018

Desumanização institucionalizada       Desde o Mundo Antigo houve a necessidade de adquirir conhecimento, visto como enriquecedor das virtudes individuais. No Brasil, a partir da década de 30, a educação fez-se universal e gratuita. Contudo, mesmo com mais facilidades de acesso ao saber ainda persistem diversas dificuldades de inserção principalmente ao ambiente escolar e, sobretudo, aos indivíduos com distúrbios de aprendizagem, seja pela investigação tardia de tais impasses , seja pela falta de um suporte individual na formação pedagógica da criança. Tal realidade, reflete em uma desumanização institucionalizada.        Dessa forma, a Constituição Federal de 1988, ressalta -no seu artigo 5º- a inalienação da igualdade de todos, bem como o acesso à saúde e educação de qualidade. Assim, é de suma importância a identificação e diagnóstico precoce tanto dos distúrbios biológicos, a exemplo dislexia, autismo, esquizofrenia, tanto como de dificuldades de aprendizagem: quando não há relação neurológica mas sim comportamental. Posto que, o cérebro infantil, em formação, tende a intensificar progressivamente esses quadros e, em casos severos, inviabilizar o ensino na etapa crítica de aprendizagem.       Nesse ínterim, Aristóteles, filósofo grego, afirmava que os iguais devem ser tratados como iguais e os desiguais na medida da sua desigualdade. De maneira análoga, posterior a análise neuropedagógica e pedagógica deve-se facilitar o acesso à educação desses indivíduos, principalmente ao ambiente escolar, visto que, todo o emprenho da turma e professores em garantir o acompanhamento educacional dessa criança será um exercício prático de moral e cidadania. Além disso, o desenvolvimento individual de ensino, se pleno, resguardará todas as diversas formas e estímulos para adquirir conhecimento de maneira a não percebe-se a presença dessas dificuldades.       Diante desse cenário, cabe ao Ministério da Saúde junto as secretarias de saúde sensibilizar toda a sociedade civil organizada, por meio de campanhas publicitárias e até mesmo visitas aos bairros para intervir precocemente, de preferência na gestação, no diagnóstico de todo e qualquer transtorno, de maneira a buscar os métodos de tratamento para reduzir ao máximo o avanço desses distúrbios. Aliado a isso, O ministério da Educação junto aos municípios devem possuir, obrigatoriamente, ao menos uma instituição de ensino com uma equipe multidisciplinar de apoio à aprendizagem aos que possuem distúrbios de aprendizagem, com o objetivo de estimular ludicamente o ensino pleno para esses e garantir que todos possam se inserir nos espaços escolares. Assim, tais passos são fundamentais para num futuro próximo garantir não somente a inalienação da igualdade, mas também, nas palavras de Hannah Arendt, filósofa alemã, o princípio de humanidade.