Enviada em: 11/10/2018

“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” A declaração de Paulo Freire, educador, pedagogista e filósofo brasileiro do século XX, permite-nos refletir sobre como as dificuldades das crianças com distúrbio de aprendizagem de se inserirem na escola, representam um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira.  Nesse sentido, pode-se evidenciar que tanto o diagnóstico tardio quanto a falta de assistência que o governo oferece a essas pessoas, tornam essa questão ainda mais difícil de ser solucionada.      Mormente, pode-se ressaltar que em um panorama geral os médicos pediatras não estão preparados para reconhecer os sinais do Transtorno de Déficit de Atenção quando surgem. Segundo o psiquiatra Paulo Mattos,  um dos fundadores da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), "o diagnostico é inteiramente clínico, feito com base nos sintomas, outros profissionais, como pediatras e neurologistas especializados na doença, também podem auxiliar no processo de diagnóstico". Desta maneira, é inadmissível que os profissionais da área não se atentem a um problema de saúde tão complexo e particular.      Sob esse viés, a ausência de instituições especializadas para o tratamento nestes casos é assustadora, demonstrando o descaso do Estado frente a essa situação. Em vista disso, o Art. 5º  da Constituição Cidadã de 1988 institui uma política de proteção as pessoas com distúrbios de aprendizado estabelecendo e garantindo que essas pessoas tenham acesso a todos os seus direitos. Todavia, infelizmente, é precário o cumprimento das diretrizes básicas presentes nos artigos dedicados aos indivíduos com TDAH, na grande maioria dos casos continuam sem o tratamento adequado e sem acesso a metade do que foi prometido pelo poder legislativo no que se refere à sua educação.      As dificuldades enfrentadas por essas crianças, portanto, representa uma ameaça concreta não apenas aos indivíduos diretamente envolvidos como a todos os cidadãos que, indiretamente, também figuram como vítimas de seu legado. Nesse sentido, o Ministério da Educação, deve atuar na implementação de projetos que visem amenizar as dificuldades enfrentadas por menores com distúrbio de aprendizagem, por meio da capacitação de profissionais da escola, com promoção de palestras, gincanas e materiais que auxiliem os profissionais a conviverem com as diferenças, a fim de diminuir a dificuldade de inserção dos alunos.