Enviada em: 07/07/2018

"Sem um fim social o saber será a maior das futilidades." A frase do cientista social Gilberto Freyre faz alusão à importância do investimento no âmbito das minorias. Porém, crianças com distúrbios de aprendizagem apresentam dificuldades na inserção escolar. Assim, deve-se analisar como a herança histórica e a omissão do Poder Público prejudicam a questão.       A herança histórica é a principal responsável pela manutenção dos impasses. Isso decorre da Roma Antiga, que acabava exterminando deficientes, a sociedade então, por tender a incorporar costumes de época, conforme defendeu o sociólogo Pierre Bordieu, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzi-lo. Analogamente, o número de  crianças especiais que enfrentam problemas nas escolas, causados pelo preconceito, e que só dificultam o desenvolvimento social e cognitivo dos alunos, só cresce.       Atrelado à sociedade, nota-se que o Poder Público esquiva-se do problema. Isso porque, embora a Constituição Federal de 1988 garanta o direito à educação e vivência em sociedade, o Estado impede a efetivação de muitas conquistas que constam nessa legislação, pois os interesses socioeconômicos de alguns setores se sobrepõem à fiscalização das leis. Não é à toa, então, que os índices de crianças com distúrbios de aprendizagem fora das escolas pela falta de assistência oferecida por essas, apenas aumenta cada vez mais.       Diante dos fatos supracitados, nota-se que o problema é afetado historicamente pela sociedade e pelo Estado. O Governo Federal, portanto, por meio do Ministério da Educação, deve investir subsídios para as escolas criarem projetos de inserção das crianças com distúrbios de aprendizagem, por meio de gincanas e jogos lúdicos nas escolas e praças, com materiais online e presenciais sobre a importância do desenvolvimento dessas pelo meio escolar, a fim de potencializar o processo de socialização e diminuir o preconceito em volta dos portadores. Ademais, o ideal defendido por Freyre, será de uma vez por todas, respeitado.