Enviada em: 30/09/2018

A série norte americana Atypical, produzida pela Netflix, evidencia a rotina árdua de um aluno incluído no espectro altista, mesmo com todo suporte escolar e familiar. Desse modo, pode-se afirmar que as escolas brasileiras não são adequadamente preparadas para receber os alunos com distúrbios de aprendizagem. Tendo em vista não só a falta de conhecimento da totalidade dos alunos sobre as doenças mas também a segregação social sofrida pelo pelo estudante com necessidades especiais.  O escritor brasileiro Paulo Freire, em sua obra pedagogia do oprimido, ressalta a importância da educação como ferramenta auxiliadora ao pensamento crítico contemporâneo. Desse modo, é indubitável que o atual cenário acadêmico não contempla às perspectivas freirianas, ao passo em que a desinformação e a generalização de patologias psíquicas é recorrente no ambiente escolar. Desse, modo, é inaceitável que a ausência de informação, em plena era global, seja um empecilho para a inclusão de pessoas em um ambiente tão transformador quanto o escolar.  Outrossim, o sociólogo alemão Durkheim, ao dissertar sobre seu conceito de suicídio social, defende que um indivíduo tende a segregar-se de um grupo que não partilha de seus mesmos interesses ou objetivos. É evidente, portanto, que o ambiente acadêmico não é adequado aos anseios dos deficientes, uma vez que a ausência de pontos em comum com o restante do alunado tornam-os cada vez menos propícios à permanência escolar. Tal qual exposto em um episódio da série, aonde o protagonista não se vê representado pelo cenário acadêmico e foge da sala de aula.  A ausência de inclusão dos alunos com distúrbios de aprendizagem é evidente, portanto, cabe ao MEC (Ministério da Educação e Cultura), em consonância com as Secretarias Municipais de Saúde, criar projetos que visem a disseminação da informação sobre os principais transtornos nas escolas, através de palestras, proferidas pelos professores de biologia e sociologia, sobre as consequências tanto biológicas quanto sociais deses distúrbios, visando maior inclusão dos deficientes no cenário escolar e aumentar a capacidade crítica dos alunos a fim criar uma sociedade mais harmoniosa e inclusiva.