Enviada em: 29/10/2018

Estima-se que, no Brasil, 70% da população possui algum distúrbio de aprendizagem. No entanto, tais distúrbios se tornam evidentes na idade escolar. Nesse contexto, portanto, as crianças com o distúrbio de aprendizagem sofrem principalmente, devido as falhas nas políticas públicas e ao preconceito, notório, da sociedade.   De acordo com a Constituição brasileira, todo cidadão possui direito à educação. Entretanto, é possível constatar que, na prática, esse direito não é assegurado. Desse modo, a falta de profissionais especializados, no âmbito escolar, contribui para o regresso educacional das crianças e, por conseguinte, mascara os distúrbios de aprendizagem associando-o à falta de interesse – menosprezando a dificuldade dos pequenos.  Ademais, conforme afirmou Sérgio Buarque, em sua obra “Raízes do Brasil”, os brasileiros estão acostumados a tratarem o Estado como um pai, deixando todas as questões político-sociais em suas mãos. Assim sendo, não é, no entanto, responsabilidade única do Estado a dificuldade de inserção das crianças com distúrbio na esfera escola. Com o objetivo de ajudar os pequenos, é mister que a sociedade abandone essa característica patrimonialista. De modo a encarar, de fato, o distúrbio, como uma doença, sem depender de ações governamentais e, consequentemente, erradicar o preconceito, discriminação, “rótulo” e autoimagem depreciada pela própria criança, para que esta consiga viver em harmonia com o ambiente externo.  Percebe-se, destarte, que para ser minimizada a dificuldade de inserção, nas escolas, das crianças com distúrbio de aprendizagem, necessita-se de uma ação conjunta entre o Ministério da Educação (MEC) e os cidadãos. Cabe ao MEC, investir na especialização de professores, ofertando cursos de capacitação on-line, gratuitos, para a melhor formação do profissional da educação, contribuindo, de modo assertivo, o rápido diagnóstico para a melhora do quadro e fluidez na alfabetização. Além disso, cabe à sociedade, extinguir o preconceito e a discriminação, adquirindo a conscientização e a empatia ao evidenciar a dificuldade da criança, de modo a contribuir para a formação de um cidadão cítrico e participativo. Dessa forma o país poderá evoluir como nação e a realidade será outra.