Enviada em: 17/06/2019

A socióloga Hannah Arendt, em sua obra "Eichmann em Jerusalém",desenvolve as "banalidades do mal", no qual mostra como os assuntos importantes são tratados de modo trivial e indiferente na sociedade. De forma análoga, observa-se que em pleno século XXI, indivíduos que possuem distúrbios de aprendizagem, ainda sofrem grandes dificuldades quando se trata de inclusão no ambiente escolar. Isso acontece devido à falta de informação sobre como detectar desde cedo se a criança é autista e a falha de políticas públicas eficientes que auxiliem no aprendizado. Nessa perspectiva, faz-se necessário um maior engajamento político e social a fim de erradicar essa conjutura.     Em primeiro lugar cabe analisar, que a falta de informação sobre a identificação precoce do autismo contribui para a dificuldade da inserção das crianças com esse problema na escola. Isso ocorre, uma vez que na sociedade brasileira não há uma discussão ampla sobre  o assunto, tanto por parte da mídia quanto do governo, o que diminui o processo de prevenção. Nesse sentido, aplica-se nessa realidade a máxima do sociólogo Francis Bacon: "Conhecimento é em si mesmo poder", uma vez que se haver  a informação sobre as formas que  o autismo se manifesta, as famílias poderão  procurar mais cedo auxílio médico e assim aumentar drasticamente a inclusão no sistema educacional.       Além disso, no contexto relativo aos obstáculos que o público infantil com distúrbio de aprendizagem enfrentam, pode-se citar, que a falta de políticas públicas nas escolas a fim de receber esses indivíduos acarreta ainda mais esse quadro. Isso porque, embora haja desde 2012 uma lei que garanta a inclusão escolar de crianças autistas pelo Estado, é sabido que muitas instituições de ensino ainda não têm uma infraestrutura adequada e profissionais capacitados, a fim de instruir pessoas com tal deficiência, pois os professores precisam de um apoio multidisciplinar de médicos e psicólogos para auxiliar-los e até mesmo sensibilizar toda a escola sobre a questão do autismo. Diante do exposto,torna-se evidente medidas com o propósito de fazer com que a escola seja um lugar de desenvolvimento pleno.     Portanto, é imprescindível a mitigação dessa problemática na sociedade contemporânea. Para isso,  é necessário que o governo junto à mídia possam levar discussões e debates por meio de programas televisivos e propagandas sobre como a família pode verificar se a criança sofre de autismo desde cedo, com a finalidade de que procure orientação médica pelo Sistema Único de Saúde(SUS). Ademais, cabe ao Ministério da Educação criar serviços de apoio pedagógico e cursos especializados aos professores sobre como instruir e contribuir de forma positiva no ensino de crianças com distúrbios de aprendizagem para que haja uma inclusão mais cidadã e democrática. Dessa forma, temas como esses não serão tratados de forma tão banal na sociedade brasileira.