Enviada em: 14/08/2019

Em 2015, foi criada a Lei Brasileira de Inclusão, que obriga escolas a acolher estudantes com deficiência no ensino regular. Este foi um grande marco para superar a lógica da exclusão no Brasil – na qual pessoas com deficiência vivem em escolas separadas. Contudo, apesar da conquista, a inclusão ainda não é satisfatória, pois crianças e adolescentes com distúrbio de aprendizagem ainda sofrem com dificuldades de se inserirem na escola devido ao despreparo da rede de ensino para lidar com tais alunos.  Em princípio, deve ficar claro que incluir não é apenas inserir os estudantes na mesma sala de aula, e sim possibilitar os meios necessários para o pleno desenvolvimento destes, frente ao grupo. Nesse sentido, o Estado incluiu os alunos, mas não adequou a estrutura escolar para recebê-los, ou seja, não capacitou os professores, nem alterou o método de ensino. Desse modo, os discentes sofrem com dificuldades em se adaptar aos métodos generalistas - que não levam em consideração suas necessidades individuais.  Além disso, apesar de muitas escolas já oferecem professores de apoio para supervisionar os alunos com distúrbio de aprendizagem que possuem atestado médico para comprovar sua condição, existem alunos que sofrem com dificuldades na aprendizagem, mas não são diagnosticados, em virtude da falta de um olhar clínico de pais e professores acerca da existência e dos sinais desses distúrbios. Sob essa ótica, a psicopedagoga Tânia Maria de Freitas, afirma que 70% da população possui algum distúrbio específico de leitura e escrita. Diante disso, faz-se necessária uma nova forma de pensar o ensino, a fim de incluir verdadeiramente as especificidades de cada aluno.   Portanto, para resolver a problemática, o Ministério da Educação deve adotar metodologias inclusivas nas escolas, a exemplo da Pedagogia Waldorf - um método que aborda o mesmo assunto várias vezes durante o ciclo escolar, mas nunca da mesma maneira, com respeito a capacidade de compreensão de cada aluno. Para isso, o mesmo deve destinar verbas para a qualificação de professores e demais funcionários da escola, por meio de cursos de inclusão gratuitos ministrados nos finais de semana, com vistas a capacitá-los para lidar com os educandos da melhor forma possível. Assim, o ensino será equitativo e a inclusão se tornará uma realidade no país.