Enviada em: 19/07/2018

O preço para sobreviver     Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a crise dos refugiados, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria, e não desejavelmente na prática, e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pelos conflitos internos, seja pelas guerras. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.     É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que os conflitos internos rompem essa harmonia, haja vista que o acolhimento de refugiados é uma das grandes crises da atualidade e a maior desde a Segunda Guerra Mundial. Essa caótica realidade rompe com o artigo 6 da Constituição Federal, o qual afirma ser dever da União garantir a segurança e a moradia aos cidadãos.     Outrossim, destacam-se as guerras como impulsionadoras do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a sociedade quer a saída de Bashar al-Assad, cuja a briga deixou de ser política e o governo ataca contando com o exército. Podemos destacar que, a maioria dos refugiados saem da África ou do Oriente Médio, pelo motivo das guerras -como por exemplo, a da Síria-, e porque querem tentar sobreviver.     É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o governo deve ampliar projetos, que busquem a ajuda da sociedade para a doação de alimentos, água potável e roupas para os refugiados. Como á dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos que discutam o  combate à crise dos refugiados por causa das guerras, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus, para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.