Enviada em: 21/07/2018

Os refugiados são pessoas obrigadas a saírem de seus países de origem por motivo de insegurança quanto à própria vida devido aos conflitos internos e internacionais. Nesse contexto, as soluções para as dificuldades enfrentadas pelos 65 milhões de refugiados, como o exposto no documentário “Human Flow”, encontram impasses na xenofobia e na falta de uma articulação governamental eficiente.       Em primeira análise, de acordo com Zygmunt Bauman, os refugiados despertam o medo nas pessoas porque eles personificam algo possível de acontecer com qualquer um. Sob tal ótica, a xenofobia contra os refugiados se manifesta de uma maneira mais cruel do que a praticada contra os judeus na segunda guerra mundial, pois ocorre a partir da ausência de humanidade. Desse modo, o silêncio é a resposta mais explícita para a ocorrência de trabalho escravo, prostituição e mortes dentro desse contexto. Assim, fotos como a do menino sírio de 3 anos morto numa praia na Turquia não despertam a comoção, mas sim o conformismo e a naturalidade com a situação.       Em segunda análise, os governos não implementam medidas eficientes na integração ou realocação dos refugiados. A respeito disso, sabe-se que a construção de muros como o da Turquia, Reino Unido e Hungria não representam decisões racionais na solução dos problemas com os imigrantes. Assim, os muros alimentam a vertente da xenofobia, ao passo que desviam recursos aplicáveis em soluções integradoras e acolhedoras. Além disso, a falta de aplicação dos recursos para uma adaptação dos profissionais qualificados nos países nutre na população uma sensação falsa de dependência financeira por parte dos migrantes.       É evidente, portanto, que há entraves socioeconômicos para o acolhimento dos refugiados. Dessa maneira, cabe ao Ministério da Educação realizar a inserção dos cidadãos refugiados nas instituições de ensino, por meio de vagas específicas e profissionais qualificados na inclusão social desses indivíduos. Bem como, garantir recursos para que as instituições de ensino possam promover eventos de extensão e de férias contemplando as experiências de vida e aspectos culturais das minorias. Assim, com a integração social aspectos como a xenofobia podem ser desconstruídos. Além disso, as empresas podem dedicar uma parte das vagas de emprego às pessoas refugiadas e implementar programas de treinamento adaptativos, com a comprovação da ação elas podem obter descontos em impostos e certificados que destaquem a empresa como comprometida com as causas sociais.