Enviada em: 23/10/2018

Em 1950 anunciava-se a criação do Alto Comissionado das Nações Unidas para o Refugiado, que tinha como objetivo buscar soluções para a condição desses indivíduos que não possuem mais estrutura para sobrevivência em seu país de origem. Entretanto, a realidade precária para com a população exilada permanece evidenciada na contemporaneidade, tanto no âmbito social  quanto econômico. Dessa forma, pode-se ratificar que os refugiados deparam-se com dificuldades em seu acolhimento no país, devido não somente ao preconceito enfrentado por esses, mas também à não  devida inserção no mercado de trabalho.       Primeiramente, deve-se salientar que o acesso às condições de vida favoráveis para a moradia são direitos de todo indivíduo. Segundo o sociólogo brasileiro Antonio Cândido, ao deixar de oferecer suporte aos mais vulneráveis estará contribuindo para a piora desse grupo. Nesse ínterim, sua afirmação expressa a necessidade da minimização da discriminação, muitas vezes  impulsionada por um conceito prévio sobre determinada região ou suas características culturais, posto que essa afasta os indivíduos de uma relação interpessoal e polariza as nacionalidades. Portanto, com a persistência do preconceito  e rejeição na permanência estrutural dos refugiados, sua receptividade será prejudicada.       Além disso, é preciso inferir que o homem posiciona-se em um nível determinado pelo seu nascimento, mas alcança a elevação desse com a atuação no trabalho, de acordo com o filósofo iluminista David Hume. Sob essa ótica, fica clara a importância na aquisição laboral que viabilize a inserção da população refugiada majoritária no país, permitindo a ascensão econômica e o empoderamento para início de um novo ciclo vital, reiniciado pelas drásticas mudanças territoriais. Consequentemente isso, a falta de apoio incorporativo no mercado de trabalho desfavorecerá a recepção dos expatriados.      Diante dos argumentos supracitados, é evidente que os refugiados encontram desafios para seu acolhimento. Desse modo, o Ministério da Educação, por meio das escolas, deve inserir palestras feitas por professores de história, demonstrando as situações vivenciadas em países em clima de guerra, crises ou catástrofes naturais, para que os alunos valorizem a importância da ajuda humanitária, estimulando desde cedo a prática do não preconceito e assim, a população estrangeira não conviva com esse mal. Ademais, é papel do mesmo orgão, por meio de escolas profissionalizantes, oferecer cursos superiores ao grupo em questão, introduzindo aulas nas áreas específicas de escolha, com intuito de especializar o trabalhador e direcioná-lo para o mercado de trabalho e então, o nível social caracterizado por Hume seja elevado.