Enviada em: 28/03/2019

O livro "Vidas Secas" retrata a vida de uma família de retirantes obrigados a caminhar impiedosamente pela aridez da caatinga, que buscam por uma condição de vida mais favorável. Essa realidade não é muito distante da vivida por muitos países em guerras e perseguições: suas populações fogem para outros Estados em busca de refúgio, mas são recebidas com sentimentos xenofóbicos e racistas. Esses sentimentos depreciativos causam obstáculos para a aceitação desses grupos, e para contê-los, muros são construídos para delimitar fronteiras e, além disso, existem falhas na ajuda humanitária.           É importante analisar, primeiramente, que na sociedade moderna, as pessoas estão cada vez mais individualistas, fase marcada por uma expansiva autonomia do homem em relação ao social, segundo Bauman em "Modernidade Líquida". Nesse contexto, governantes, como Trump, que assume políticas preconceituosas e intolerantes, por meio da construção de muros entre a fronteira dos Estados Unidos e do México. Como resultado, cresce no país o número de grupos partidários e políticos de extrema-direita, como o Ku Klux Klan em Charlottesville.         Demais, o Brasil também apresenta dificuldades em receber refugiados, como no caso dos venezuelanos. Esses deixam seu país devido à violência, insegurança e falta de serviços essenciais e, desde 2015, mais de 85 mil venezuelanos solicitaram refúgio ou residência no Brasil, dado divulgado pela ONU. Muito desses exilados moram nos abrigos provisórios ou se instalam nos centros urbanos em condição precária. Isso ocorre por causa da falha de acolhimento, ademais, a forte carência dos serviços de saúde, educação e segurança têm provocado conflito entre brasileiro e refugiado, o corrobora com a crise humanitária.         Logo, é fundamental todos respeitarem as diferenças e amparem os imigrantes que procuram por condições melhores de sobrevivência. Cabe à ONU, juntamente com as ONG`s, cobrar ações governamentais mais efetivas para ajudar na resolução dessa problemática, para mitigar ações de presidentes que comprometam a integridade entre as nações. Além disso, elas podem incentivar as pessoas a se voluntariar para ajudar com os refugiados, de forma que se dissemine a importância de se acolher aqueles que precisam, e construam um sentimento de alteridade, a fim de reduzir a xenofobia. Assim, em vez de construir muros, devem-se erguer pontes.