Enviada em: 02/07/2019

O filme Hotel Ruanda retrata a história real de um africano da etnia Hutu, gerente de um hotel que resolve abrigar refugiados da etnia Tutsi, vítimas de preconceito e genocídio em um conflito que ficou marcado como o mais violento da história. No entanto, apesar de se passar no continente africano,  dificuldade dos refugiados de se estabelecerem no Brasil frente aos preconceitos e negligências também é bastante presente. Dessa forma, mudanças são necessárias a fim de melhorar esse cenário preocupante.       De início, vale ressaltar que uma das principais dificuldades do acolhimento de refugiados no Brasil deve-se ao alto índice de preconceito no país. De acordo com o jornal O Globo, as denúncias de xenofobia cresceram em cerca de 600% em 2015, e isso deve-se ao fato de muitos brasileiros acreditarem no aumento da competição por empregos, no medo de um possível terrorismo e nas diferenças, muitas vezes discrepantes, de cultura como a religião, provocando um aumento da intolerância religiosa. Com isso, nota-se que a falta de conhecimento acerca dos conflitos internacionais que provocam as imigrações aumenta o preconceito da população brasileira.       Ademais, é importante salientar que a negligência do governo acerca de investimentos para acolher refugiados dificulta ainda mais a inserção desses na sociedade. Segundo dados da Agência da ONU para refugiados, ACNUR, cerca de 30 mil pessoas pediram refúgio no país, mas apenas 5 mil obtiveram registro ativo no país, e os principais motivos são a lentidão burocrática, a falta de moradia para realocar os imigrantes e a baixa importância atribuída a esse grupo. Logo, é necessário rever as políticas de refúgio do país.       Portanto, mudanças são indispensáveis a fim de diminuir as dificuldades de acolhimento de refugiados no Brasil. O filósofo Sócrates afirmava que não era nem ateniense e nem grego, mas sim um cidadão do mundo, logo, para que todos sejam cidadãos do mundo, sem preconceitos e negligências, é preciso que o Poder Legislativo, responsável pelo controle e criação de leis, reafirme as políticas de auxílio aos refugiados e adote medidas rígidas acerca da disponibilização de moradias e eficiência do registro desse grupo, por meio da veiculação frequente das leis e monitoramento do processo das documentações. Assim, a história de genocídio retratada em Hotel Ruanda não representará mais a realidade de muitos refugiados.