Enviada em: 07/07/2017

Em decorrência de guerras, conflitos político-religiosos e catástrofes naturais, o número de pessoas que abandonam seu país de origem vem crescendo e o aumento desse fluxo migratório trouxe, numa escala global, uma necessidade de discussão sobre como lidar com as dificuldades de acolher esses migrantes contando com dois grandes pilares; o poder estatal e a população local.   A falta de planejamento estrutural por parte dos governos quanto a regulamentação de ingresso implicou na entrada clandestina de várias famílias, e seu isolamento em pequenos núcleos de campos provisórios onde essas pessoas ficam praticamente presas em condições desumanas.A vivência restrita muitas vezes apenas ao "acampamento" de imigrantes não permite a essas famílias reintegração na nova realidade; como uma atividade remunerada para subsistência e eventual saída dos campos provisórios.    Contudo, outro fator que limita o acolhimento é a crescente onda de xenofobia que em alguns países, principalmente da Europa, vem causando um embate muito violento entre a população nativa e os novos cidadãos, o que acaba gerando uma posição mais rígida e conservadora dos governantes a respeito do tema.Uma contribuição muito forte para essa rejeição da população local é o discurso de que essas pessoas não vieram integrar no desenvolvimento econômico e social da nação e sim vieram privar e ameaçar os direitos já estabelecidos.     As dificuldades no acolhimento desta crescente população só terá uma solução sustentável se contar com o poder estatal e a população trabalhando em sincronia; Cabendo ao poder do estado, regulamentar a entrada e investir na infra-estrutura, com a criação de conjuntos habitacionais, fornecendo apoio de programas sociais que não apenas ajudem financeiramente, como também incentivem a entrada do refugiado ao mercado de trabalho, e a população local pode intervir por meio de projetos culturais, em áreas de acesso comum como escolas e praças, promover uma introdução recreativa na qual o refugiado possa expor sua tradição e historia, desmistificando o estereótipo de sempre adotarem o papel de vitimas, e gerar uma interação saudável. A integração só é viável quando estado e população trabalham juntos visando dar suporte essas pessoas que, muitas vezes não têm uma perspectiva de volta ao país natal.