Um legado ultrapassado Como um instinto básico de sobrevivência, o ser humano sempre se organizou em grupos e tribos, nos quais haviam uma certa solidariedade, porém todos aqueles que não se encaixavam nesses padrões eram vistos como inimigos. Hoje, apesar de todos os avanços sociais e tecnológicos, o legado dos antigos encontra-se fortemente presente e o mundo se divide em países, nações e culturas, barbarizando estrangeiros e intensificando uma já grave crise de refugiados. Segundo dados da ACNUR, o mundo atual enfrenta a pior crise de refugiados da história, na qual já existem mais de 60 milhões de pessoas nessa situação. Com um número tão grande, o acolhimento de estrangeiros se torna um enorme desafio, que abrange desde um aspecto social até econômico, gerando a necessidade de um planejamento prévio dos países acolhedores. Isso consiste em várias etapas, sendo necessário uma estrutura urbana, inclusão social e econômica. Ainda que seja extremamente complexo o processo de acolhimento, as sociedades modernas tem uma grande responsabilidade nesse quesito. Vivemos num mundo globalizado, no qual há um enfraquecimento das barreiras ideológicas e nos aproximamos cada vez mais de uma nação global. Além disso, os Estados modernos tem sua base em princípios iluministas que pregam igualdade, liberdade e fraternidade, portanto a questão dos refugiados é também uma obrigação moral e ética dos países desenvolvidos. Apesar do grande foco midiático ser os países desenvolvidos, o problema vai muito além. Pesquisas da ONU afirmam que 4 em cada 5 refugiados buscam asilo em países pobres ou subdesenvolvidos. O Brasil se encontra nesses números, e com a recente crise venezuelana e os constantes problemas do Haiti, essa realidade se mostra cada vez mais presente. Nesse constante fluxo de imigrantes, o Brasil necessita criar novas medidas de inclusão a fim de evitar conflitos sociais. Assim como os países desenvolvidos, o Brasil precisa enfrentar essa crise de refugiados por meio de medidas governamentais. Uma solução viável para o país seria vincular a entrada de imigrantes com o compromisso de uma formação técnica, fornecida pelo SENAI em parceria com empresas privadas, assim garantindo mão-de-obra especializada ao país e garantindo a inclusão social e econômica dos imigrantes. Por meio de ações como essa, a sociedade pode cada vez mais se aproximar de uma nação global e abandonar o legado ultrapassado de nossos ancestrais.