Enviada em: 18/10/2017

O mundo convive com a problemática dos refugiados há séculos. O mais novo capítulo dessa dramática faceta da humanidade decorre da guerra civil iniciada em 2011 na Síria. Muitos nacionais deste país estão fugindo para países europeus. Tal fato faz emergir na comunidade europeia intenso debate de como lidar com esse imenso fluxo de pessoas vindo do Oriente. Enquanto a Alemanha e Suécia se mostram receptivas a integrar esses seres humanos à suas comunidades, países como a Hungria levantam muros em suas fronteiras, sem receberem retaliação da comunidade internacional proporcional a este posicionamento eivado de xenofobia.           Tal relutância em receber os refugiados repousa, em parte, na confusão entre o conceito de imigrante e de refugiado. A ONU, durante a Convenção de Genebra, em síntese, definiu refugiado como pessoa obrigada a deixar seu país em decorrência de fundados temores de perseguição. Em suma: eles são obrigados a fugir! Já o imigrante viaja por decisão própria, buscando melhores condições de vida.  Justo ou não, o faz por escolha própria.      Outro argumento contrário, é que não seria justo apenas os países europeus prestarem auxílio. No entanto a contribuição européia, num contexto global,  é mínima. Segundo a ONU , do total de refugiados no mundo,  menos de 15% são acolhidos em países desenvolvidos. A grande parte recebe apoio em países em desenvolvimento, com, teoricamente, menos condições socioeconômicas de prestar  o auxílio adequado.       Diante das linhas argumentativas supracitadas, infere-se que os temores por parte dos europeus em receber os refugiados sírios não tem base sólida. É imperativo que a união europeia, por meio de celebração de tratados defina, cotas nacionais de asilo para cada membro, permitindo que o peso da responsabilidade humanitária seja dividido entre todos eles. Não colocando em cheque, em decorrência de nossas omissões, o significado  da palavra humanidade.