Enviada em: 03/09/2017

Assaltos. Estupros. Homicídios. Essa é a realidade que milhares de brasileiros enfrentam todos os dias. Assim como na Roma Antiga, a violência no Brasil, hoje, transforma-se no maior espetáculo sangrento que o país já presenciou. Diante desse cenário, vemos um poder judiciário que não cumpre o seu papel, aumentando a impunidade e favorecendo o crescimento de uma aversão à justiça.     É uma verdade que o Brasil possui uma cultura judicialista, onde os menores conflitos tornam-se ações legais. Essa grande demanda por decisões judiciais afoga um sistema que já sofre com a falta de funcionários, criando uma situação na qual há muitos processos para poucos juízes, aumentando o número de pendências e a insatisfação popular. Além disso, grande parte dos conflitos que chegam ao judiciário deveriam ser resolvidos por instituições reguladoras, porém estas mostram-se ineficientes em suas obrigações.     Todos esses problemas são o combustível que inflama a descrença da população no poder pacificador da justiça. Hoje, muitos brasileiros sentem-se como o personagem Batman: inconformados com a incompetência do Estado, resolvem fazer justiça com as próprias mãos. Em meio a essas atitudes, o país naufraga em um mar de violência, o medo assola as cidades brasileiras e, cada vez mais, os magistrados perdem o respeito ante a nação.     Cabe, portanto, que medidas sejam tomadas para a resolução do impasse. Às instituições reguladoras, como a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), destina-se a resolução de pequenos conflitos, mediante realização de audiências conciliadoras, a fim de desafogar o poder judiciário. Ao Ministério da Justiça e demais órgãos juristas concerne o dever de, em parceria com instituições de ensino superior contratar estagiários para auxiliar os magistrados na resolução de problemáticas de pequena e média complexidade. Somente dessa forma, será possível evitar que o Brasil transforme-se na Gotham City da vida real.