Enviada em: 25/08/2017

No ano de 1992 um evento sangrento marcou a história do Brasil, o massacre do Carandiru. Dentre as vária consequências produzidas por esse tenebroso acontecimento, uma delas se identificou na necessidade de dar melhores condições carcerárias aos presidiários, com o intuito de permitir, ao final da pena, a efetiva reinserção ao convívio social. No entanto, décadas se passaram e a reincidência continua sendo uma pratica constante no país e,  em conjunto com a falta de diálogo entre as pessoas que vivenciam um conflito, aumenta o número de processos na justiça, o que, por sua vez, prejudica o trabalho do Poder Judiciário.       A alta quantidade de processo na justiça brasileira dificulta a prestação da atividade jurisdicional, na medida em que impede que o serviço seja prestados nos moldes da legislação processual aplicada. No âmbito civil, a falta de diálogo entre pessoas que compartilham a realidade ou até mesmo um momento isolado dela, responsável por produzir insatisfação para ambas as parte ou apenas uma delas, faz surgir o conflito de interesses. É muito comum no dia dia perceber situações que poderiam ser evitadas se a coragem reivindicasse a sua posição e assumisse o controle no que diz respeito a tomada de decisão dos seres. Um bom exemplo é o da pessoa que aciona o Poder Judiciário para impedir que o seu vizinho continue se comportando de maneira desrespeitosa, seja pela quantidade excessiva de barulho fora do horário permitido, seja pelo uso irregular da garagem do prédio. A procura da justiça nestes casos, torna-se desnecessária quando não precedida de uma tentativa consensual para solução do conflito, muitas das vezes não tomada pela falta de coragem.       Na esfera penal, outra é a causa do excesso de demandas. A falta de condições adequadas de enclausuramento afasta a pessoa que cumpre pena da possibilidade de reinserção social, o que acaba provocando a reincidência. Em alguns presídios do Brasil, por exemplo, é notória a existência de "presos morcegos". São assim conhecidos porque ao dormirem, tendo em vista a superlotação do cárcere, amarram um dos braços na grade da cela para não serem esmagados pelos companheiros de clausura. Essa realidade desumana que vivem os presidiários, faz com que muitos deles de fato acreditem que não podem dar outro rumo as suas vidas colocando-os em uma posição, ao saírem da prisão, que não poderia ser diferente da de praticar outros crimes.        Definitivamente a alta quantidade de processos é o que mais prejudica o Poder Judiciário no Brasil. Para que esse problema seja resolvido, o governo dos estados, em parceria com as prefeituras e a comunidade civil organizada, devem se aproximar dos presídios de todo o país, com a promoção de visitas de representantes políticos e de ex-presidiários que conseguiram dar a volta por cima.