Enviada em: 24/08/2017

De um lado uma constituição que estabelece como princípios fundamentais equidade e bem-estar social, do outro, uma nação historicamente marcada por uma elite econômica e cultural que se distancia de grande parte da população. Essa desigualdade social inevitavelmente gera disputas legais que apesar de objetivarem estabelecer uma pacificação entre as partes, por uma série de dificuldades do poder judiciário, se arrastam morosamente como "O processo" kafkiano.     Todo conjunto de leis que fundamenta um país recebe influência direta da cultura vigente e dos hábitos de seu povo, de modo que, no Brasil, a tradição dos jovens bacharéis de direito é responsável pelo excedente de advogados que, por conta da acirrada concorrência, incentivam a população menos esclarecida a entrar com ações judiciais muitas vezes desnecessárias. Não é incomum o judiciário se sobrecarregar de casos como o de contribuintes que atingem pré-requisitos de aposentadoria, mas, ainda assim, são guiados por advogados desejosos por comissão.     Indubitavelmente  a população brasileira é dependente do judiciário por desinformação, ausência de direitos reconhecidos e principalmente porque as instituições públicas são demasiadamente burocráticas nessa tradição jurídica da norma. Ademais, também falta incentivo a uma cultura do entendimento entre os pares, que evitaria processos longos para questões menores que poderiam ser resolvidas em tribunais de pequenas causas.     Por certo, aumentar a eficiência do poder judiciário é preceito fundamental em uma sociedade democrática e justa. Para tal, é preciso estimular a eficiência de instituições que demandam pareceres como o INSS, eliminando assim, custos excessivos com intermediários e a lentidão do processo. Modernizar o sistema, digitalizando documentos e processos também facilitaria o armazenamento e a manipulação dos dados no intercambio de informações entre diferentes estados e instâncias. Por fim, torna-se necessário que o estado promova campanhas publicitárias incentivando uma cultura de pacificação e tentativa de diminuir os conflitos.