Enviada em: 14/09/2017

Banalização judicialista   Em 1530, a justiça começou a ser implantada no Brasil sob os poderes de Dom João III. O papel do poder judiciário é administrar e resolver conflitos por intermédio dos juízes. Entretanto, enfrenta grandes obstáculos, como a má gestão e uma cultura judicialista banalizada, que prejudicam a atuação do Órgão e consequentemente a sociedade.    É inegável que o papel jurídico é essencial para manter a harmonia social. Segundo o conceito de banalidade do mal, da filósofa Hannah Arendt, a violência foi trivializada por não possuir uma base ontológica que a explique. Nesse contexto, nota-se como a alta demanda de processos revela uma violenta postura da população e a obstrução da pacificação pela justiça, uma vez que, a má gestão administrativa gera um atraso e acúmulo de processos civis e penais. Dessa maneira, observa-se a necessidade de uma celeridade na resolução de conflitos como forma de combate à problemática.    Outrossim, destaca-se a “justiça com as próprias mãos” como uma impulsionadora de dificuldades enfrentadas pelo judiciário. Para Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do próprio homem”. Analogamente, percebe-se como esse ciclo de insatisfação com o poder do judicial e tentativa de fazer valer o seu direito sem uma resolução pacífica, é perpetuado e banaliza o papel desse Órgão. Assim, nota-se como a violência pode gerar mais violência e a necessidade de resolver injustiças sem o auxílio correto.    Entende-se, portanto, que as dificuldades do poder judiciário no Brasil são em sua maioria decorrente da baixa celeridade processual. Para atenuar o problema, é preciso que o Governo Federal em parceria com o Ministério da Justiça tenha uma maior efetividade, agilizando processos e criando mecanismos facilitadores como, por exemplo, os processamentos virtuais, além de aplicar campanhas midiáticas incentivando a harmonia por meio da pacificação social e reconhecimento de direitos por meio da juridicidade e não por via pessoal. Dessa forma, será possível restaurar o papel inicialmente dado a este poderoso Órgão desde 1530.