Enviada em: 30/10/2017

Antiga Profecia       No século passado, o escritor Stefan Zweig buscou refúgio no Brasil devido à guerra. Impressionado com o potencial de sua nova casa, escreveu um livro cujo o título é repetido até hoje: Brasil, o país do futuro. Entretanto, ao observar a letargia e dificuldade de acesso ao judiciário não é um absurdo dizer que estamos, na verdade, no passado.       Em primeira análise, deve-se observar a lentidão para o julgamento de processos causada, principalmente, pelo grande volume de processos aberto, fruto da forte cultura judicialista brasileira, maior que a capacidade de resolução da justiça dos mesmos. Deste modo, não só cresce a fila de processos, mas também o tempo para a martelada final. Cientes desta situação, pessoas, organizações privadas e até mesmo o estado utilizam a demora dos tribunais exigindo a judicialização dos conflitos para evitar o pagamento de direitos ou negociar descontos, contribuindo ainda mais para tal lentidão.      De outra parte, num estado democrático de direito como o Brasil, o acesso à justiça deveria ser garantido, No entendo, essa questão esbarra na condicão econômica do povo pois, grande parte dela não tem condições de pagar um bom advogado e as custas dos processos o que leva a abdicarem de seus direitos. Ademais, outros não têm conhecimento de seus deveres e direitos devido à falta de instrução por parte das escolas e família, de maneira, que também não procuram a justiça. Sendo assim, em ambos os casos, o estado democrático de direito é ausente.       É necessário, portanto, que o Estado, as instituições de ensino e a população ajam para melhorar a justiça no Brasil. Cabe ao Poder Judiciário incentivar outros meios para resolução de conflitos, como a conciliação e a mediação, e autonomia das câmaras dessas modalidades para, assim, reduzir o número de processos nos tribunais. Às instituições de ensino, por sua vez, compete esclarecer os direitos e deveres dos cidadãos por meio de aulas ou feiras temáticas sobre justiça e ao Judiciário prover insenção de custas e garantias para arcar com as despesas de uma causa, de maneira, que ninguem deixe de lutar pelos seus diereito. Com essas medidas, talvez, a profecia de Stefan Zweig se torne, um dia, realidade.