Enviada em: 02/10/2019

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita,na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que as varias formas de exclusão acometem consequencias sobre a saúde da população brasileira, os quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto do descumprimento dos direitos garantidos na Constituição Federal de 1988, quanto do escasso debate sobre as consequências das segregações na sociedade. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.    Precipuamente, é fulcral pontuar que o não exercício dos direitos contidos na Carta Magna deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, agressões psicológicas, verbais, constrangimentos, evasão de pacientes, por exemplo, são consequências dessa postergação. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.              Ademais, é imperativo ressaltar a precária discussão sobre sequelas na saúde dos excluídos como promotor do problema. De acordo com o portal de notícias G1, a maior parte da população LGBT brasileira já passou por algum empecilho ou assédio moral em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Partindo desse pressuposto, a não compreensão sobre a real importância do tema por pais e colégios tem por consequência o ínfimo debate, que corrobora com o aumento desses infortúnios. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, contribuindo para a perpetuação desse quadro deletério.   Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da problemática na sociedade brasileira. Dessarte, com o intuito de mitigar as exclusões, e assim sendo, diminuir os impactos causados sobre a saúde dos brasileiros, necessita-se, urgentemente, que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Ministério da Saúde (MS), em parceria com ONGs que apoiem a causa, será revertido na ampliação da fiscalização de posturas que ferem à cidadania, publicações elucidativas em redes sociais, aulas informativas para a população e aos estudantes, através de palestras, visitas frequentes aos colégios e reuniões abertas ao público, com o fito de expandir valores éticos e morais, diminuindo as recorrências de algum infesto para com os cidadãos. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo das separações, e a coletividade alcançará a Utopia de More.