Do início das civilizações à atualidade diversos modelos de troca foram desenvolvidos, desde o escambo de animais até a troca de minerais e especiarias, como o sal e pimenta. A evolução natural desse sistema resultou na criação das moedas, pois os instrumentos de troca, por serem diversos, geravam conflitos no momento de sua precificação. Essas moedas tinham como lastro seu peso em ouro, chamado lastro monetário, mas por ser um recurso escasso, hoje a emissão de moeda tem lastro fiduciário e não mais monetária, medida através da riqueza que um país é capaz de gerar através do seu produto interno bruto. Isso posto, observa-se que o atual sistema, altamente regulamentado por órgãos e instituições governamentais difere em muito da revolução proposta pelas moedas virtuais, sobretudo no que diz respeito a regulação e a falta de lastro fiduciário, principal garantia do real, dólar e demais moedas do mundo. Enquanto os críticos questionam a liquidez dos recursos aplicados nessas moedas, seus defensores se apoiam no fato de que todas as moedas da atualidade também são baseadas em promessas fiduciária e sofrem as oscilações do mercado interno e externo, a exemplo da crise subprime americana de 2007, que culminou em uma crise global. Partindo do princípio de que a falta de garantia, pode afetar tanto o modelo econômico atual quanto o de bitcoins e demais blockchains, nota-se que a principal critica ao modelo é vazia neste contexto. Em contraponto, a falta de regulamentação governamental e combate aos crimes cibernéticos e de sonegação fiscal são os principais desafios das blockchains. Destaca-se que o novo modelo precisa de amadurecimento, mas sua regulação traria vários benefícios às economias, como o fim da sonegação fiscal e evasão de divisas e o combate a lavagem de dinheiro, uma vez que por ser uma moeda totalmente digital, o controle do governo sobre os impostos devidos e as ferramentas de combate a sonegação seriam maiores do que nas transações financeiras envolvendo o papel moeda.