Enviada em: 01/07/2018

As moedas virtuais, assunto que tem ganhado muito destaque na grande mídia desde o ano passado, propõem-se como uma revolução das relações econômicas. Uma vez que elas não têm versão física, sua existência está condicionada a transações lastreadas por tokens cripto-grafados. Por mais inovadoras que sejam, as profundas diferenças sociais as tornam pouco inclusivas e, considerando um ambiente econômico das dimensões como o Brasil, inviáveis para ampla aceitação do público.       Nesse contexto, o mundo tem observado com atenção a alta volatili-dade das moedas virtuais, notavelmente da Bitcoin. Esse ativo, construído em blockchain de estrutura aberta, permite que sejam transacionados valores entre indivíduos sem intermediação de uma autoridade financeira, como é o caso de um banco central. Tal característica implica na redução de custos transacionais, que - devido à tecnologia - ocorre em tempo real. Isso significa que, como as moedas virtuais, os bancos e as moedas físicas perderam o sentido e é possível que no futuro sejam abandonados.       Apesar de parecerem vantajosas, as moedas virtuais ainda têm um público muito limitado no Brasil. Por dependerem de conhecimentos básicos em tecnologia e em economia, as moedas virtuais ainda não têm condições de alcançar o grande público. Além disso, a falta de controle por autoridades pode sujeitá-las a altas oscilações, o que as prejudica para o uso de reserva de conta para patrimônio, característica fundamental das moedas. Sem garantias ou regulação do Estado, os riscos são muito altos.       De toda forma, não se pode ignorar que as moedas virtuais são atrativas e que seu aperfeiçoamento pode trazer contribuições significativas para a sociedade no longo prazo. O Congresso Nacional deve discutir uma lei para disciplinar seu uso, condicionada à regulação pelo Banco Central do Brasil (BACEN), a fim de que as pessoas tenham segurança ao efetuar transações usando esses novos meios de pagamento. Nessa regulação, o BACEN promoverá campanhas na TV, capacitações e orientações sobre o uso adequado. Assim, o Brasil poderá caminhar rumo ao futuro financeiro.