Enviada em: 22/07/2017

Assim como as gerações atuais estudam e analisam seus antepassados, da mesma forma, a humanidade futura analisará toda a atual geração. Contudo, a análise dos hábitos humanos na contemporaneidade não, necessariamente, precisam iniciar no futuro. Visto isso, a maioria dos sociólogos e pensadores atuais discutem sobre as relações pessoais em tempos de avanços tecnológicos e científicos.       Desde a Terceira Revolução Industrial, o mundo transformou-se e o tempo virou moeda de troca. Assim como nasceram as "startups" em alguns minutos, as relações entre pessoas são rapidamente criadas ou desfeitas. Dessa forma, os processos de relações humanas assim como empresariais, obrigatoriamente, aceleraram-se. Ou seja, amizades, relacionamentos e negócios custam pouco tempo para construírem-se. Com isto, o sociólogo Zygmunt Bauman consagrou-se pioneiro no tema. Visto que, ele criou a metáfora de modernidade líquida, a qual é explicada a partir das relações e hábitos humanos voláteis e fluídos, como os líquidos. Logo, os seres humanos não criam relações sólidas, estas são superficiais e substituíveis.       Além disso, o individualismo e egocentrismo são exaltados na modernidade líquida. Com as redes sociais, as pessoas ora criam parâmetros de beleza, de modo de vida e entre outros, ora expõem-se em excesso, ou então, isolam-se em bolhas sociais nas suas zonas de conforto. Todas essas situações são criadas por um motivo: as curtidas e compartilhamentos, os quais trazem sentimentos de satisfação emocional para os usuários. Com isto em mente, a série Black Mirror explora os extremos das interações humano e tecnologia, de tal forma que chega ser perturbadora para os telespectadores e usuários da mesma tecnologia. A partir do momento em que esses avanços científicos e a rapidez do mundo estão presentes no cotidiano da humanidade, as relações interpessoais tornam-se individualistas e líquidas.       O hábito e comportamento humano é algo quase impossível de mudar. Entretanto, existem métodos para estabilizar um bem comum. Primeiramente, a discussão do tema em escolas deve ser feita, para que o individualismo e egocentrismo sejam debatidos e encarados como um problema a ser resolvido. Em segundo lugar, na esfera nacional, o Governo deve continuar com o Programa Humaniza Rede, o qual penaliza crimes virtuais. Além disso, o Estado, as Empresas de comunicação e tecnologia, as escolas e as Organizações não Governamentais podem distribuir manuais de como evitar a exposição exacerbada em redes sociais, e influenciar os debates sobre as relações humanas. Portanto, com estes métodos as interações humanas tornaram-se mais sólidas.