Enviada em: 03/11/2017

Tempo, internet, capitalismo e a instabilidade de relações pessoais      O homem circunscrito em um passado de relações intraespecíficas, ou seja, aquele que se fazia detentor da própria liberdade e solidão, no que concerne a pré-história, cria relações pessoais a partir da chegada de seus descendentes, o que o faz se tornar indivíduo social e posteriormente cidadão frente a política recém "criada" pela antiguidade clássica. Segundo o filósofo Aristóteles, o homem é por natureza um ser social e a partir dessa filosofia é que se pode entender as inter-relações e especificidades da vida em comunidade. O fato é que os processos de industrialização e de globalização têm individualizado o homem ao seu máximo, desde a criação da linha de produção pelo fordismo ao desenvolvimento da internet o tem feito sujeito de sua própria fragilidade social .        Não obstante, é preciso considerar que a internet por meio das redes sociais tem se mostrado uma nova modalidade de comunicação e por conseguinte, promotora de relações pessoais. Porém, é evidente que essa conexão se faz de maneira diferenciada do que era cotidiano do homem. A fragilidade das relações nesse contexto se faz presente na mesma intensidade da qual se tem a realização comunicativa e interpessoal por meio desse. Na sociedade contemporânea, os indivíduos têm concebido amizades, namoros e casamentos que se findam na mesma rapidez e com a mesma facilidade com a qual se iniciou, ou seja, não se encontra profundidade e solidez nessas ações sociais afetivas, preceitos básicos para a fundamentação das instituições sociais.       No entanto, nota-se que essa fragilidade dos vínculos sociais não se restringe ao uso da internet como intermediadora das relações, mas também ao próprio homem como ser individualista que tem se tornado. A sociedade contemporânea acelerada e sedenta por tempo, torna seus indivíduos caçadores de novas experiências, lucros e relações e os subjetivam a fim de capacitá-los para sobreviverem as intempéries do capitalismo.         Nessa perspectiva, tendo em vista os argumentos supracitados, nota-se que a fragilidade das relações pessoais no que o sociólogo Zygmunt Bauman chama de modernidade liquida, é efetiva, real e problemática e no sentido amplo da palavra é preocupante, uma vez que o homem é essencialmente dependente de vínculos sociais e por isso cabe as secretarias de educação por meio de recursos provindos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação uma ampla campanha em todos os níveis de escolarização que vise a promoção de atividades grupais de fortalecimento de vínculos. Ademais, devem as prefeituras municipais promoverem a frequência de assistentes sociais nas escolas da autarquia municipal,  visando a necessidade de reuniões mensais com as famílias dos alunos.