Enviada em: 15/10/2017

A globalização é um fenômeno que acometeu o mundo em todos os âmbitos: comercial, de transporte, da informação e, sobretudo, na comunicação. Esse processo caracteriza-se principalmente pela instabilidade dos vínculos entre instituições, organizações públicas e privadas que almejam o lucro. Contudo, essa instabilidade das relações não se limitou apenas aos campos econômico e político, ela encontra-se presente também nos laços afetivos entre as pessoas. Portanto, é preciso recuperar a essência do viver em comunidade: a proximidade entre seus integrantes.       Em primeiro lugar, a digitalização das relações distanciou os indivíduos. De acordo com a premissa de Georg Simmel a modernidade é paradoxal, ao mesmo tempo que ela trás facilidades, trás também dificuldades. E isso aplica-se ao uso das tecnologias da comunicação. Outrora, o único meio das pessoas se falarem à distância era através da carta, um canal bastante lento. Atualmente, os insumos tecnológicos proporcionaram a comunicação em tempo real por meio de telefonemas ou mensagens via "hangouts" e "chats' de redes sociais. Tais facilidades criaram uma rede global de comunicação, onde um brasileiro contata um japonês facilmente, por exemplo. Em contrapartida, a maioria dos usuários passaram a priorizar as relações virtuais em detrimento das reais, fazendo com que haja um distanciamento entre as pessoas e, consequentemente, a perda da troca de calor humano.      Além desse paradoxo, o determinismo defendido por Rousseau e vivido por grande parte das pessoas nos dias atuais, "o homem é produto do meio" é o maior intensificador do problema. Quando fala-se em globalização, a ideia disseminada é que o mundo está em constante evolução, passando por frequentes mudanças. Todos os dias, empresas lançam novos produtos no mercado, uma nova moda de roupas e calçados é divulgada, o 'Orkut" entra em desuso e emerge o 'Facebook. Logo, o tempo torna-se a base do ritmo de vida dos civis, que inseridos nesse mundo, imaginam precisar de acompanhar as novas tendências, deixando de cultivar o que de fato é perene durante a passagem de cada um na Terra: os laços estabelecidos.     Em vista disso, é necessário promover medidas a fim de que as pessoas reaprendam o que é e como é viver em comunidade . Primeiramente, a mídia pode veicular campanhas de conscientização expondo o que está acontecendo com as relações humanas para provocar a catarse nos telespectadores. Além disso, os pais podem conversar com seus filhos a respeito do uso das novas tecnologias de comunicação, induzindo-os através do diálogo a valorizar as relações reais. Assim, as pessoas voltarão a sentir o sabor do calor humano com um abraço de amigos, um jantar em família ou uma conversa com o vizinho - desde que não seja via "chat".