Enviada em: 02/08/2018

Ao analisar o atual cenário demográfico brasileiro, um dos aspectos que mais chama a atenção é o aumento da expectativa de vida, evidenciado, dentre vários fatores, pelos avanços da medicina. Entretanto, apesar de representar características positivas, essa nova realidade carrega consigo certos desafios, como o aumento da qualidade de vida e a busca pela equiparidade nacional da longevidade.    Em primeiro lugar, é necessária a compreensão de que expectativa não é sinônimo de qualidade, ou seja, o fato dos brasileiros estarem vivendo mais não significa que esta perspectiva esteja acompanhada de índices qualitativos. Consequentemente, surge a importância de lidar com essa temática para além do ramo científico e medicinal, expandindo-a para questões como alimentação, lazer e práticas esportivas, que garantem a qualidade de vida. Portanto, é primordial que ocorram medidas que tornem obrigatória a promoção de melhorias na vida da população idosa no Brasil.    Além disso, é fundamental a percepção de que a busca pela qualidade de vida só é eficaz se houver, anteriormente, uma igualdade na longevidade da população brasileira. Porém, dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em média, regiões do Norte e Nordeste apresentam expectativas de vida de 70 anos, enquanto a região Sul, que contém os melhores índices, chega à marca de 78 anos. Desse modo, é de extrema urgência que o poder público dessas regiões realize ações que busquem reduzir essas disparidades.    Dessarte, o aumento da expectativa de vida no Brasil representa desafios para o país, sendo essencial a ocorrência de mudanças na ordem pública. O Poder Legislativo, por meio de uma articulação formal entre seus membros, deve criar uma lei que torne obrigatória, em todas as regiões com expressiva população idosa, a existência de centros de recepção para esses indivíduos que, através do estímulo da prática de exercícios, atividades de lazer e oferta de uma alimentação saudável, promovam elevações na qualidade de vida. Ademais, os Governos Municipais das regiões Norte e Nordeste, por meio da iniciativa pública e da contratação de geriatras, devem criar núcleos de atendimento médico gratuito para os idosos, impedindo que desigualdades econômicas nacionais sejam fatores que influenciem a expectativa de vida da população, o que tornará a longevidade do brasileiro mais homogênea e democrática.