Enviada em: 27/08/2018

Segundo o sociólogo inglês Marshall, o ser humano possui três direitos fundamentais: o direito civil (liberdade de expressão), o direito político (direito ao voto) e o direito social (qualidade de vida). Nesse sentido, é válido analisar que essa teoria não é realidade na sociedade hipermoderna brasileira. Isso porque, apesar do aumento na esperança de vida, o corpo social como um todo ainda sofre diversos problemas, e as necessidades da população idosa ainda são deixadas em segundo plano.    Em primeira análise, à luz do materialismo histórico de Karl Marx, a economia é a base da sociedade. Tal ideia, contribui para a desvalorização das necessidades dos idosos, visto que, eles não produzem lucro, ou seja, não participarem da População Economicamente Ativa (PEA). Sendo assim, no âmbito econômico, há um impacto negativo no aumento do número de idosos, pois eles geram despesas, principalmente com a  previdência, a qual a PEA tem que cobrir.   Em segunda análise, apesar do aumento na expectativa de vida brasileira, as mazelas sociais ainda são bem presentes no país. Esse fato tem causa direta na omissão social (a maioria dos brasileiros são passivos e não atuam democraticamente reivindicando seus direitos). Tal fato corrobora com uma das teorias da filósofa Hanna Arendt, nesta ela aborda a necessidade de que todos saibam que têm o "direito a ter direitos", isto é, que há prerrogativas inerentes ao indivíduo e por isso é fundamental que o cidadão sempre busque que essas não estejam apenas na Constituição, mas também, na realidade.     Diante do exposto, para que o aumento da esperança de vida não seja isolado, mas sim, paralelo a melhoria na qualidade de vida do cidadão brasileiro, é indispensável que o Tribunal de Contas da União, direcione capital que, por intermédio do Ministério da Assistência Social, será usado para o aumento de programas sociais destinados a alimentação, a saúde, a segurança, e ao lazer de crianças, adultos e idosos. Além disso, é imprescindível a atuação das comunidades em parceira com as escolas na conscientização dos direitos e deveres individuais dos cidadãos - por meio de palestras, cartazes nos espaços públicos e projetos educacionais - para que a cidadania brasileira possa ser vivida por todos em sua plenitude, e assim, os direitos da teoria de Marshall serem realidade a todos do país.