Enviada em: 08/10/2018

O Brasil passa, atualmente, pela transição demográfica, processo no qual a população começa a envelhecer por conta da queda da taxa de natalidade e do aumento da expectativa de vida. Entretanto, em um país não preparado para tal mudança, o crescimento do número de idosos em relação ao de jovens torna-se um problema na medida em que a arrecadação previdenciária é afetada, o que, em conjunto com a falta de estrutura do Estado para atender a esse público, diminui a qualidade sua qualidade de vida. Nota-se, desse modo, que medidas devem ser tomadas para reverter a situação.      Primeiramente, é notável que os setores da sociedade correlacionam-se de modo a se complementarem, assim como ressalta o filósofo Durkheim, para quem a sociedade funciona como um organismo biológico, composto por partes que interagem entre si e, se uma não funciona, todo o sistema entra em colapso. Assim sendo, é visível que a transição demográfica, marcada pela redução da população economicamente ativa (PEA) e que contribui para a previdência, perturba esse "organismo", o que pode gerar consequências como o aumento da idade mínima para a aposentadoria. Como resultado, são prejudicados os idosos sem condições para trabalhar e que não podem se aposentar, o que põe em evidência a urgência de medidas que mudem o panorama de crise.       Ademais, a falta de estrutura do Estado demonstra seu despreparo no que tange ao aumento do número de habitantes em idade avançada. Como o processo de transição demográfica ainda é recente, é pequena a quantidade de locais médicos acessíveis a esse público e que prezem pelo seu bem-estar, especialmente no que se refere à população de baixa renda, uma vez que os estabelecimentos existentes cobram preços exorbitantes pelo atendimento. Dessa forma, são essenciais políticas voltadas para esse grupo pois, segundo dados do Serasa "Experian", cerca de 11% da população da terceira idade vive em condições precárias.       É evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para resolver o problema do aumento da expectativa de vida no Brasil. Primeiro, o Estado deve buscar reverter o panorama das arrecadações previdenciárias por meio de políticas que incentivem a entrada de imigrantes no país para garantir o crescimento econômico e o custeio da aposentadoria, de forma a compensar a redução da PEA. Além disso, cabe ao Ministério da Saúde garantir o acesso à saúde e lazer pela população idosa por intermédio do aumento do número de instituições públicas para tal, com o intuito de, por fim, assegurar a melhoria da qualidade de vida da população em idade avançada.