Enviada em: 28/10/2017

O envelhecimento populacional é hoje um fenômeno universal, caracteristico tanto dos países desenvolvidos como, de modo crescente, dos países em desenvolvimento. Nesse sentido, o Brasil será em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos no planeta. No entanto, no que diz respeito ao bem-estar, o país não tem acompanhado o crescimento da terceira idade.    Os adventos nas técnicas e instrumentos medicinais propiciaram o aumento da longevidade dos homens pós-modernos. Nesse contesto, entre as questões a serem repensadas estão o sistema previdenciário - incapaz de sustentar-se nas próximas décadas e a ausência de médicos com formação para atender a demanda de mais de 25 milhões de idosos - o ideal é ter um geriatra para cada 1000 idosos, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria, estima-se que haja um para cada 24000. Assim, os desafios vão de um sistema de saúde para assisti-los a projetos sociais que abarquem, e percebe-se que a velocidade do envelhecimento tem superado o bem-estar da terceira idade.    Apesar da existência do Estatuto do Idoso, que garante a eles direito a saúde de qualidade, alimentação e lazer, por exemplo, ainda é alarmante o grau de desvalorização sofrido por essa parcela da população. Sob essa ótica, devido às limitações advindas da idade, sejam elas físicas ou psicológicas, os mais jovens os colocam como elementos descartáveis da sociedade, porque consomem mais do que são capazes de produzir para o coletivo. Ainda é preciso ressaltar que o mundo contemporâneo, informatizado e imediatista, opera em tempo diferente do deles, o que não facilita a convivência dos idosos em sociedade e contribui para uma sensação ainda maior de exclusão e inadequação. Desse modo, segundo o médico especialista em envelhecimento, Alexandre Kalache, é preciso desenvolver a cultura de inserção da riqueza do processo de envelhecimento na cultura nacional.    Para o poeta Drummond, envelhecer faz parte da vida. Partindo da percepção do bardo, é preciso perceber que a velhice é um estágio social que precisa se entendido e planejado pelo Estado e pela sociedade. Por parte estatal, faz-se necessário uma revisão no processo previdenciário associada a campanhas em grande escala - em consonância coma a mídia e institutos como o SEBRAE e Bancos Nacionais - da importância de economizar para o futuro. Também é mister que a escola tenha o papel de produzir formação e reciclagem de idosos com projetos de inserção na sociedade através de instituições educacionais seja na contação de histórias, na formação em programas de jovem aprendiz ou no auxílio ao idosos para conquista de uma profissão. Afinal, o Brasil é, sem dúvida, dos mais experientes.