Enviada em: 27/02/2018

Mediante análise historiográfica mundial, sabe-se que o acrescimento do processo de envelhecimento possui sua ocorrência favorável em países que apresentam avanços na escolaridade, nos serviços de saúde pública e no saneamento básico. Contudo, o aumento na expectativa de vida ainda não representa um sinônimo da obtenção de uma velhice qualitativa e prazerosa no país. Tal problemática é impulsionada pela má gestão estatal na vida dos idosos, assim como pela negligência  familiar em meio à lógica hiper capitalista e globalizada.                      Sob tal perspectiva, a atuação estatal na vida dos idosos pode ser considerada ineficaz devido à displicência na promoção dos direitos básicos para a boa qualidade de vida, como o acompanhamento médico na prevenção de doenças comuns na terceira idade, bem como o fornecimento de lazer, saúde emocional e segurança. Para exemplificar, segundo o Ministério da Saúde, houve, entre 1982 e 2012, um aumento de 275 por cento nos casos de suicídio entre idosos no Brasil, o que permite depreender o desprezo para com os mais velhos no século XXI.                  Por conseguinte, a conjuntura globalizada e efêmera na qual as famílias estão inseridas, afeta diretamente as relações entre as discrepantes gerações. No que tange ao imediatismo, especialmente, os indivíduos não possuem mais o desprendimento para sentarem-se à mesa e ouvirem histórias de suas origens. Destarte, o sociólogo Zigmunt Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", disserta sobre a fragilidade dos laços contemporâneos e a inversão de valores do século, fatores com perceptível peso social na ascensão da infelicidade na chamada idade de ouro.                    Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para solucionar os entraves apresentados. Logo, a esfera legislativa do Governo deve criar uma lei que assegura a atenção especial aos idosos por meio das Clínicas das Famílias localizadas nas proximidades de suas residências, bem como o acompanhamento com uma equipe multidisplinar, a fim de atenuar os níveis de suicídio na velhice. Ademais, a mídia deve lançar campanhas que conscientizem as famílias a respeito da importância da construção de laços sólidos, sobretudo com os mais velhos. Dessa forma, o país caminhará para uma população com alta e qualitativa expectativa de vida.