Enviada em: 22/04/2018

Comprar significa acumular. Acumular significa ostentar. Ostentar significa adquirir status social. Durante as fases da estruturação brasileira, segundo o paradigma capitalista, essa sequência lógica ditou os anseios de cada pessoa. Nesse sentido, os indivíduos passaram a adotar meios de ascensão econômica dentro dessa organização social em que prevalece a desigualdade. Com isso, a criminalidade mostrou-se como o caminho mais curto para o destaque financeiro, ganhando a adesão de jovens no Brasil. Cabendo, assim, uma análise dessa questão para que esta seja minimizada.      É preciso observar, em primeiro lugar, o modo como a lógica do capital atinge a sociedade brasileira. De acordo com o sociólogo Karl Marx, o sistema capitalista aprofundou as diferenças de classes entre os indivíduos. Dessa forma, a desigualdade social tornou-se a máxima desse sistema, uma vez que, para funcionar, devem haver pessoas que trabalham e outras que comandam, com maior status a essas últimas. Por conseguinte, ao inserir-se nesse padrão de organização, o Brasil apresenta uma das maiores taxas de desigualdade social do mundo, o que leva muitas vezes, o ser a optar por soluções drásticas para se destacar.     Convém apontar, diante disso, a crescente criminalidade como a principal fonte de riqueza rápida e perigosa que mais atrai no Brasil. Ao observar-se as propagandas capitalistas, na maior parte delas, é possível notar o direcionamento ao mercado jovem, aquele que mais consome. Nesse contexto, a juventude começa a buscar meios de conseguir o acúmulo de produtos e o iminente destaque social. Nessa lógica, o mundo do crime mostra-se como atrativo a uma parcela da sociedade juvenil, na medida em que se apresenta como único meio de destaque econômico dessas pessoas.     Fica claro, portanto, que a desigualdade e a facilidade do mundo do crime otimizam a entrada de jovens na criminalidade. Nesse sentido, cabe destacar a "Justiça distributiva" do filósofo Aristóteles como uma forma de promoção da igualdade, uma vez que esta busca distribuir a cada um o que é devido. Para tanto, o Ministério da cultura e a assistência social podem atuar em conjunto com o intuito de promover aos indivíduos com menores oportunidades recursos socioculturais como aulas, livros, teatros e festivais de música. A fim de apresentar a esses grupos de jovens uma bagagem cultural capaz de transformar a visão de mundo deles, permitindo-os enxergar a realidade além da aparente  ostentação e da insignificante aquisição de status.