Segundo Immanuel Kant, "O homem é aquilo que a educação faz dele", assim, o papel do ensino é tido como determinante na construção do indivíduo. Desse modo, a ausência de políticas públicas voltadas à educação por parte do Estado brasileiro, corrobora para o aumento das taxas de criminalidade entre os jovens, uma vez que estes optam por levar uma vida à margem da sociedade, por não encontrarem amparo nas instituições de ensino e, consequentemente, no mercado de trabalho. Em uma primeira análise, é indubitável que a falta de escolarização é aproveitada por organizações criminosas para aliciamento dos jovens no Brasil. Isso se deve à falta de perspectiva de futuro desses indivíduos, que não encontram oportunidades de terem uma educação digna a sua volta, por causa da baixa capacidade do Estado em oferecer este direito fundamental. Como resultado disso, por exemplo, temos dados que mostram que a porcentagem de participação dos menores de idade em homicídios no Distrito Federal e no Ceará ultrapassa os 30%. Com efeito, a ausência da educação gera uma concorrência injusta pelo mercado de trabalho. De acordo com Martin Luther King, " A injustiça em um lugar qualquer, ameaça a justiça em todo lugar", mostrando, assim, que a marginalização de um grupo específico, os jovens brasileiros, devido à escassez de empregos dignos na sociedade, fruto da indiferença do governo, é um retrocesso para uma nação em busca da justiça e da maior democracia, o que colabora para a facilidade da entrada destes indivíduos na problemática do crime. Segundo a lei da inércia, um corpo tende a permanecer como está, se nenhuma força for exercida sobre ele. Analogamente,é necessário mecanismos para mudar esta situação dos jovens brasileiros. Portanto, cabe ao Estado levar educação de qualidade a todas as regiões necessitadas do país, através da criação de escolas e institutos técnicos, a fim de democratizar o ensino,tirando os jovens da criminalidade, através da educação e da posterior entrada no mercado de trabalho por meio desta.