Enviada em: 26/10/2017

Assim como no livro "Laranja Mecânica" de Anthony Burgess, a taxa de criminalidade entre os jovens é alta no Brasil. Nesse sentido, a criação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ajudou muito a combatê-la. No entanto, a baixa presença do Estado nas periferias em consonância com a falta de um sistema carcerário de qualidade impede a redução dessa taxa entre os jovens.       Inicialmente, a baixa presença do Estado nas áreas periféricas permite que a entrada de jovens para o crime seja facilitada. Isso pode ser evidenciado pelas taxas de criminalidade entre os jovens do Distrito Federal, por exemplo, onde há muitas cidades periféricas e o índice de homicídios cometidos por menores de idade chega a 30%. Além disso, a falta de uma educação básica de qualidade deixa os jovens mais expostos ao crime, já que não teriam condições de ascender socialmente sem uma boa formação acadêmica. Dessa forma, faz-se necessária a adoção de medidas que tornem o Estado mais presente nas periferias.       Outrossim, o atual sistema carcerário brasileiro torna os jovens mais violentos após sua prisão. Isso se deve ao contato que o jovem infrator tem com outros criminosos nas casas de internação, o que gera uma troca de conhecimentos sobre práticas criminosas. Além disso, a superlotação desses presídios agrava ainda mais o problema, visto que amplifica esse contato. Assim, a violência entre os jovens após serem internados ou até mesmo presos se torna cada vez maior.       Portanto, apesar do relativo sucesso do ECA, fica evidente que medidas são necessárias para a resolução do problema. Para que isso ocorra, é preciso que o Estado se torne mais ativo e presente nas áreas mais periféricas, com criação de escolas e um maior policiamento nesses locais, a fim de diminuir a adesão de menores de idade ao crime. Ademais, é fundamental que ONGs em parceria com os governos Federal e Estadual,  montem um novo sistema carcerário, com a finalidade de reduzir a superlotação e melhorar a ressocialização, principalmente entre os jovens. Desse modo, o ECA será mais efetivo e a violência presente no livro de Anthony Burgess ficará apenas no campo literário.