O geógrafo Milton Santos ao proferir sobre a globalização, afirma que esta se esconde atrás do mito da globalização perfeita, onde tenta exprimir a ideia de perfeição e passar uma imagem de triunfo do capitalismo. Entretanto, por trás da idealização de excelência do sistema, há fome, desemprego e desigualdade social em nosso país. Desta forma, evidencia-se o aumento da criminalidade no Brasil, principalmente por jovens que enxergam na impunidade a coragem para seguir adiante. Em função da crueldade do capitalismo, que insiste em culpar os indivíduos pela própria miséria, muitos desses enxergam no crime a alternativa para o sustento da família. Em virtude das disparidades sociais, crianças e adolescentes se envolvem cada vez mais e viram reféns das circunstâncias. Grande parcela não tem a quem recorrer, visto que, em muitos bairros de baixa renda, a presença da polícia e de serviços de saúde é muito menor, tendo o aumento de homicídios como consequência. Assim sendo, em uma sociedade tão desigual, os menos favorecidos ao serem privados da saúde, educação e segurança, tendem a achar que na mesma proporção, as regras não se aplicam a eles, aumentando os índices de criminalidade. Por conseguinte, os teóricos do Direito, século XVI, afirmavam que o tamanho do castigo não é freio para a delinquência, mas, sim, a certeza que a punição não virá. Logo, compreende-se que o grande uso de menores para a práticas ilícitas, principalmente o tráfico de drogas, deve-se ao fato de que a Constituição os considera "penalmente inimputáveis", ou seja, não podem responder pelos seus atos infracionais. Torna-se notório que o aumento do número de jovens no crime é preocupante. Em razão disso, é preciso a melhoria da escolaridade pelo Estado para garantir bons empregos e sustentar a família. Ademais, é importante tornar a punição, já existente para os jovens infratores, mais eficaz. Uma possibilidade seria investir na ressocialização, fazendo-os aprender uma profissão e estudar. À vista disso, a criminalidade por jovens pode ser solucionada, constituindo um país mais pacífico e menos violento.