Enviada em: 12/04/2018

Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o aumento da taxa de criminalidade entre jovens, no Brasil, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste ligada à realidade do país, seja pela impunidade da estrutura penal brasileira, seja pela falta de incentivo à educação.       É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a maioridade penal vigente rompe essa harmonia, haja vista que esses jovens não são iguais à jovens de 10, 20 anos atrás, tendo muito mais acesso à informações sobre relações, violências e drogas.       Outrossim, destaca-se a falta de incentivo a educação de tais jovens como impulsionador do problema. Dados levantados pelo Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo (SINASE) revelam que 51% dos jovens em conflito com a lei não frequentam a escola, tornando claro a sua importância social.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da Justiça deve reformular as leis vigentes para que sejam mais severas em crimes contra a vida por jovens menores de 18 anos, promovendo assim a aversão por parte de tais jovens de violarem a lei. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutem o combate a criminalidade entre jovens brasileiros, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.