Enviada em: 26/09/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca do aumento da taxa de mortalidade infantil no Brasil. Segundo Martin Luther King, ativista estadunidense, toda hora é hora de fazer o que é certo. Entretanto, observa-se um distanciamento desse ideal na contemporaneidade, uma vez que o aumento da mortalidade na infância constitui um descaso governamental e social perante essa questão. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, basta analisar como o corte de gastos por parte do governo e o movimento antivacinas influem nesse cenário.    Em primeiro lugar, vale ressaltar que de acordo com o Artigo 196 da Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de todos e dever do Estado.Todavia, nota-se uma  escassez de direitos, visto que no governo Temer ocorreu uma redução de investimentos destinados à programas específicos do Sistema Único de Saúde contra a mortalidade infantil. Com isso, a população mais pobre é prejudicada, em razão da precária assistência e da ausência de um pré-natal adequado, responsável pela identificação e prevenção de patologias. Para ilustrar, de acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade infantil aumentou 4,19% em 2016. Assim, percebe-se inconformidade com a frase de Aristóteles, "A base da sociedade é a justiça', haja vista que os direitos constitucionais, como a saúde, são negligenciados.    Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a vacinação está associada a uma série de melhorias na atenção à saúde da criança. Contudo, devido ao crescimento do movimento antivacina, doenças consideradas erradicadas, podem expor as crianças ao risco de novas ocorrências e aumentar a probabilidade de óbito no primeiro ano de vida. Isso advém, do surgimento de grupos de pessoas suscetíveis, em virtude da escolha de não vacinar os filhos ou a si próprio, que possibilitam a circulação de agentes infecciosos. Para corroborar, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2017, todas as vacinas do calendário infantil estão abaixo da meta de 95%. Isto posto, nota-se que a não vacinação constitui um risco à saúde infantil e populacional.   Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram com o atual quadro negativo do país. Ao Governo Federal, por meio de investimentos no setor da saúde, cabe aumentar o número de consultas pré-natais, contratar e treinar novos profissionais da área médica, com a finalidade de aumentar a assistência prestada à gestante, reduzir as mortes perinatais e garantir o pleno direito à vida. É imprescindível, também, que o Ministério da Saúde realize campanhas sociais e palestras públicas, a respeito da importância do pré-natal para a saúde da mulher grávida e do recém nascido, da vacinação, dos riscos de não vacinar os filhos e desmistifique os medos da população, com o objetivo de conscientizar o corpo social e proporcionar um aumento significativo de imunizações no país.