Enviada em: 21/08/2018

"Não se pode escrever nada com a indiferença". Com tal ideia, Simone de Beauvoir deixa clara a impossibilidade de uma sociedade se desenvolver tendo que conviver com a indiferença. E, no Brasil, quando se observa o aumento da taxa de mortalidade infantil, verifica-se que essa ideia encontra-se ligada à realidade do país, seja pela falta de investimentos do Estado, seja por questões sociais.        É inquestionável que o descaso do Estado com o aumento da taxa de mortalidade infantil estejam entre as causas do problema. Segundo o sociólogo positivista Émile Durkheim, o Estado é a instituição máxima que permite o bom funcionamento da sociedade como um todo, de modo que o equilíbrio seja alcançado. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a falta de investimentos rompe essa harmonia, uma vez que, a mortalidade infantil é um reflexo das condições de vida e dos serviços públicos de determinada localidade. Regiões mais carentes desses serviços são as que apresentam os maiores índices de mortalidade, haja vista que as crianças, em especial, ficam expostas a vetores causadores de doenças provenientes de esgotos e lixões, por exemplo.       Nesse sentido, destacam-se as questões sociais como impulsionadoras do problema. Durkheim define fato social como os instrumentos sociais e culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que, uma vez que a sociedade não adota hábitos básicos de higiene como lavar os alimentos antes do consumo ou, simplesmente, lavar as mãos antes de consumi-los, percebe-se um aumento na taxa de transmissão de doenças infecciosas que podem acometer as crianças e levá-las a óbito.       É evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse problema. Dessa maneira, o Ministério das Cidades deve, junto com o Ministério da Saúde, trabalharem para garantir tanto uma melhor infraestrutura, como saneamento básico e aterros sanitários, quanto o direcionamento de recursos como: médicos, agentes de saúde, remédios e vacinas para as regiões mais afetadas. Tudo isso através da criação de políticas públicas com o objetivo de reduzir os índices de mortalidade infantil no Brasil. Como já foi dito pelo pedagogo Paulo Freire: "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Logo, o Ministério da Educação deve promover, nas escolas, atividades e projetos como ciclos de palestras e feiras de conhecimento, de modo a abordar sobre tal problemática e as formas de como evitá-la. Dessa forma, será possível construir relações humanas positivas e formar cidadãos comprometidos com o bem-estar da sociedade como um todo.