Enviada em: 23/08/2018

Vidas perdidas à falta de estrutura        A taxa de natalidade infantil, a qual teve aumento em 2016 pela primeira vez em 25 anos, é um fator de extrema importância em relação à análise da qualidade de vida no país, visto que reflete a eficácia dos serviços públicos, principalmente os relacionados à saúde e ao saneamento básico. Nesse sentido, pode-se inferir que o acirramento da crise econômica e social nesse período atrela-se ao aumento de tal índice, não só pela falta de estrutura que recebe a criança após o nascimento, mas também durante a gestação.        O acompanhamento médico é imprescindível durante os 9 meses de gestação, já que é capaz tanto de identificar possíveis complicações quanto de preveni-las. Por meio de exames que utilizam a ultrassonografia, por exemplo, torna-se possível monitorar a posição do feto no útero, fator determinante para se definir o tipo de parto adequado. No entanto, como inúmeras mulheres brasileiras não possuem acesso a esse tipo de tecnologia, surgem maiores possibilidades de problemas que levam ao aumento das mortes.        Ademais, um segundo ponto importante à análise do aumento da referida taxa é a ineficiência da infraestrutura de atendimento à mãe e ao recém-nascido nos hospitais. Por causa do desinvestimento nessa área, foram registradas diversas mortes relacionadas a causas evitáveis, como pneumonia, diarreia e desnutrição. A esse obstáculo infraestrutural, soma-se o problema de gerenciamento e administração das instituições hospitalares, que abrigam, comumente, mais pacientes do que suportariam, o que resulta em atendimentos superficiais.       Em suma, deve-se haver uma reestruturação dos investimentos por parte do Ministério da Saúde, focando no aumento do número de leitos disponíveis ao atendimento da maternidade, além de garantir às grávidas o acesso aos exames adequados. Dessa forma, problemas evitáveis poderão ser identificados com antecedência e, então, acompanhados no período pós-parto. Assim, espera-se uma redução no número de vidas perdidas à falta de estrutura no Brasil.