Enviada em: 17/10/2018

No contexto da redemocratização brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi teorizado e institucionalizado, por meio da Constituição de 1988, como parte estruturante do Governo. A criação do SUS inflamou as esperanças do povo brasileiro no que tange à garantia de serviços de saúde gratuitos e eficientes. No entanto, devido ao investimento insatisfatório no SUS, evidenciado pela falta de unidades básicas de qualidade, e ao descaso da sociedade civil com medidas casuais de saneamento, constata-se a seguinte infelicidade: a taxa de mortalidade infantil aumentou no Brasil.            Nesse sentido, cabe ressaltar que o sistema imunológico da criança é incipiente e pouco desenvolvido, pois a recente exposição aos agentes etiológicos acarreta em uma baixa quantidade de anticorpos específicos no organismo. Tal fato evidencia a vulnerabilidade da criança, portanto, é de suma necessidade que exista uma estrutura de acolhimento e cuidado infantil disponível gratuitamente às famílias brasileiras. A falta de unidades básicas de saúde, espaço no qual o cuidado e o acolhimento supracitados devem acontecer, é reflexo do descaso governamental, que não está investimento recursos suficientes, e  representa um dos motivos que levam ao aumento da mortalidade infantil.              Além disso, a sociedade civil é responsável pelas consequências dos hábitos que cultiva, isto é, as péssimas condições higiênicas encontradas nos conglomerados urbanos, que poderiam ser amenizadas por ações individuais e comunitárias, são propícias à proliferação de vetores, como o Aedes Aegypti, que transmitem agentes etiológicos, como o Zika vírus, que inclusive, é extremamente letal para as crianças. Portanto, é importante que os indivíduos desenvolvam o que Aristóteles chamou de ''virtude ética'', que significa a capacidade de manter hábitos saudáveis e benéficos não só para si, mas também para o restante da sociedade. A virtude ética implica em ações aparentemente banais, como não jogar lixo na rua ou manter o ambiente peridomiciliar limpo, mas que podem salvar a vida de muitas crianças.             Sendo assim, frente ao infeliz aumento da taxa de mortalidade infantil no país, cabe um esforço conjunto entre o Ministério da Saúde e a população cívica. Primeiramente, é preciso investir substancialmente na criação de unidades básicas de saúde, além de preparar profissionais qualificados para lidar com o público infantil. Também, é muito importante que a sociedade se mobilize, por meio de congregações comunitárias, e pratique ações em prol do bem comum, como fazer um mutirão de limpeza nos bairros carentes afim de diminuir a população de vetores de patologias diversas. Dessa forma, o Brasil poderá afirmar sua eficácia no campo da saúde, horando os preceitos do SUS, e diminuir a taxa de mortalidade infantil.