Enviada em: 10/05/2018

Compreendida como o uso de medicamentos sem a prévia avaliação de um profissional da saúde, a automedicação é uma ação que, nos anos remanescentes, tem se tornado comum nas mais diversas sociedades do globo. Indivíduos que se automedicam, por conta própria ou por indicação de pessoas não especializadas, têm como intuito sanar a dor que sentem momentaneamente. Entretanto, ao contrário do que muitos desses seres pensam, o alívio instantâneo dos sintomas, ao realizarem tal procedimento, nem sempre corresponde à solução do possível problema, mas na verdade, pode mascarar um ainda mais grave. No Brasil, aproximadamente 90% da população ingere medicamentos sem prescrição médica. Por ser um índice elevado e, consequentemente, gerar impactos negativos, a médio prazo, à saúde pública nacional, essa conjuntura merece rápida reversão.    Segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), a automedicação é responsável, anualmente, por cerca de 20 mil mortes na nação. Esse número expressivo, deve-se ao aumento, nos últimos anos do século XXI, de brasileiros com acesso à Internet, meio que fornece, imediatamente, amplas informações sobre variados assuntos. Assim, indivíduos exaustos da morosidade do sistema de saúde pública em atendê-los e impacientes com a dificuldade de marcarem uma consulta, optam por pesquisas no meio virtual sobre casos parecidos com as suas situações e os prováveis medicamentos para amenizar os sintomas; o que é um risco, já que cada organismo possui respostas diferentes para certo tipo de tratamento. Além disso, outro fator que contribui para a manutenção da alta taxa de mortes é a desinformação dos cidadãos quanto ao perigo de se automedicarem. Muitos acreditam que, apenas, os remédios tarjados são prejudiciais à saúde.     As consequências advindas com a automedicação são preocupantes. Dentre elas, destaca-se a intoxicação, visto que alguns indivíduos, além de ingerirem fármacos sem orientação de um profissional, consomem os remédios em doses excessivas, crendo que assim, irão se curar mais rápido. Outro nocivo impacto dessa adversidade é o desenvolvimento de superbactérias, posto que o uso indiscriminado de antibióticos, facilita a resistência dos micro-organismos e, por conseguinte,  compromete a eficácia do tratamento.   Em vista disso, cabe ao Ministério da Saúde veicular nos meios comunicacionais, propagandas que explicitem os riscos da automedicação ao indivíduo e à sociedade. Compete, também, a esse órgão fornecer médicos aos postos de saúde para que haja agilidade durante o período de consultas, atendendo, assim, a necessidade daqueles que precisam. Quanto aos farmacêuticos concerne a consciência profissional, exigindo, no momento da venda, a prescrição médica do dado remédio.